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Pesquisa feita em MS aponta sobrecarga mental de profissionais da Enfermagem

Diagnóstico é do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), que entrevistou cerca de 1,5 mil profissionais da área

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Redação
Profissional de enfermagem indignada com a suspensão do Piso Salarial, em manifestação, realizada em Campo Grande - (Foto: Luciano Muta)

A enfermagem enfrenta cenário de desvalorização pela suspensão do Supremo Tribunal Federal (STF) da lei do Piso Salarial e de vulnerabilidade durante a pandemia de COVID-19. Profissionais esgotados, sofrendo com ansiedade, e sem motivação no âmbito de trabalho, é o que vemos diariamente nos hospitais do Brasil. O diagnóstico é do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), que entrevistou cerca de 1,5 mil profissionais da área da enfermagem – auxiliares, técnicos e enfermeiros – de seis instituições de saúde, públicas e privadas, de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas, entre dezembro de 2020 e junho de 2021.

Segundo os pesquisadores, o sentimento de baixa realização profissional chegou a 69,1% dos entrevistados. Um quadro que, somado à pressão da atividade, eleva a incidência de risco de Burnout relacionado à exaustão emocional no ambiente de trabalho – um tipo de distúrbio mental que causa sentimento de desconexão entre o corpo e a mente. Esse aspecto atinge cerca de 18% dos profissionais entrevistados.

Outro fato apresentado é de que o ambiente de trabalho tem impactos importantes no bem-estar do profissional e, quando se apresenta desfavorável, pode desencadear processos importantes de estresse que, se não forem adequadamente gerenciados, resultarão em esgotamento. Inúmeras são as características do ambiente de trabalho que interferem negativamente no cenário atual do trabalho da enfermagem no Brasil, tais como: déficits no quadro de pessoal por altos índices de rotatividade e absenteísmo; duplo emprego; alta carga de trabalho; presença de riscos ocupacionais; elevada carga mental e sofrimento pela morte de pacientes com o constante aumento da complexidade de tarefas e do ambiente; esquema de trabalho em turnos; violência ocupacional; longas jornadas de trabalho; e, ainda, falta de reconhecimento profissional.

O Estudo IOQ é o resultado da pesquisa, com o título “Análise do ambiente de trabalho e burnout entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem em instituições brasileiras”, de autoria dos avaliadores do IQG, Lucianna Reis Novaes, Michel Mattos de Barros e Fabrício dos Santos Cirino, recentemente publicado no Asploro Journal of Biomedical and Clilnical Case Reports.

Piso Salarial em jogo

Os profissionais da área lutam há décadas pela valorização. A implantação do Piso Nacional da Enfermagem foi suspensa em todo o país após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Por 7 votos a 4, a maioria dos ministros referendou liminar de Luís Roberto Barroso em favor da suspensão até que sejam apresentadas informações sobre o impacto econômico da medida. Aprovada em julho e sancionada em agosto, a lei 14.434/2022 fixou piso salarial mínimo de R$ 4.750 para os enfermeiros. Técnicos em enfermagem devem receber 70% desse valor (R$ 3.325), e auxiliares de enfermagem e parteiros, 50% (R$ 2.375).

 

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