Pedagoga e pediatra orientam sobre escolha de presentes para crianças
Médica destaca segurança e educadora cita a importância de respeitar a classificação etária
Aparentemente inofensivos, os brinquedos podem apresentar inúmeros riscos a crianças e adolescentes, especialmente se não forem levados em conta dois fatores importantes: a segurança do brinquedo e a faixa etária indicativa. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), alguns tipos de brinquedo podem causar lesões físicas, com gravidade variável, levando a atendimentos de urgência e emergência causados por componentes utilizados na fabricação de brinquedos.
A pediatra Anette Presciliana Boabaid Madruga cita que entre os tipos de lesões mais comuns causados por brinquedos, de acordo com a SBP, estão perfurações, cortes, lacerações, contusões; asfixia, sufocação, aspiração ou ingestão do todo ou parte do brinquedo; afogamentos; intoxicações (por chumbo contido na tinta); acidentes de captação (dedos, roupas e cabelos) causados por molas, dobradiças ou rodas denteadas; queimaduras e choques elétricos.
“A responsabilidade sobre a segurança dos brinquedos recai sobre os fabricantes, mas também pelos pais, mães e responsáveis pela criança. Muitos deles podem ser armadilhas para diversos riscos, portanto a atenção na hora da compra do presente é de extrema importância”, afirma a professora do IDOMED (Instituto de Educação Médica).
A médica pediatra revela que a Sociedade Brasileira de Pediatria, por meio de seu Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente, sugere que pais e responsáveis, no momento de efetuar a compra de um brinquedo, fiquem atentos aos seguintes aspectos.
“Além de escolher brinquedos que levem em consideração a idade, habilidades, capacidades e interesse das crianças, os pais devem também seguir as recomendações de segurança do fabricante, verificar se o brinquedo possui certificação de qualidade e assegurar-se de que todas as instruções sobre o uso estão claras, e se há informações sobre a presença de elementos inflamáveis ou tóxicos na sua fabricação e sobre como devem ser higienizados”, explicou a pediatra.
Depois da compra, os responsáveis devem estar atentos a outros pontos citados pela SBP, como destaca a professora do IDOMED. “O ambiente para brincar deve ser seguro, os responsáveis devem manter supervisão atenta, removendo, por exemplo, as embalagens dos brinquedos por questão de segurança. A higienização e manutenção dos brinquedos também é importante, eles devem ser verificados periodicamente para ver se precisam de reparo ou serem retirados de uso. Outro ponto de atenção é o armazenamento, orientando as crianças desde cedo a guardarem seus brinquedos após brincar, para evitar tropeções e quedas. Segundo a SBP, as caixas de brinquedo mais seguras devem ter tampa removível (sem trava de segurança, que podem prender a mão, dedos ou cabeça da criança), aberturas para ventilação e estar longe de janelas ou escadas (para não servirem para escalar e cair)”, enfatiza a médica.
Brinquedos devem respeitar o desenvolvimento da criança - A pedagoga Carollini Graciani observa que a classificação indicativa dos brinquedos, que passam por certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), devem ser respeitadas não só por colocar a criança em risco físico, mas também de desenvolvimento. A docente do curso de Pedagogia da Estácio destaca que, caso o brinquedo não esteja de acordo com a idade da criança, ela não entenderá sua função e não conseguirá brincar.
“Um presente que seria para aproveitar um momento lúdico para se divertir, pode acabar atrapalhando o desenvolvimento da criança se a faixa etária indicativa não for respeitada. As variações de idade existem respeitando o interesse de cada fase dessa criança: dar um brinquedo muito além da idade ou muito infantilizado, pode causar desinteresse”, avalia Carollini.
A professora de Pedagogia da Estácio cita algumas dicas na hora de escolher o presente e destaca a importância de conhecer o gosto da criança e optar por brinquedos pedagógicos:
- De 0 a 3 anos de idade: não optar por objetos com peças pequenas, nesta idade estão na fase oral e levam tudo à boca, portanto é melhor optar por brinquedos de borracha e grandes. Exemplos: chocalhos, mordedores, brinquedos com sons, de encaixe com peças grandes, livros de borracha e de tecido.
- De 04 a 06 anos: jogos de memória e blocos de encaixe são ótimas opções para a criança começar a internalizar e aprender sobre o respeito às regras.
- Fase de alfabetização: brinquedos que reforcem esse processo de aprendizagem são importantes, pois a criança aprende brincando, como jogos e livros que reforcem noções de Matemática e Ciências.
Veja Também
Aplicativo sobre de prevenção de desastres já tem 2 mil downloads
Lula sanciona lei sobre uso de bioinsumos na agropecuária
Bebê sobrevive à cirurgia complexa que retirou tumor do coração na Capital
Polícia Civil de MG já identificou 16 vítimas de acidente na BR-116