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Painel discute desafios na pecuária enfrentados por mulheres

Entre os tópicos, sucessão e autonomia são dialogados por líderes femininas de negócios do campo

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Redação
(Foto: Divulgação)

Com o tema "Conectando Mulheres pelo Agro", painel realizado no Pantanal Tech MS em Aquidauana, discutiu sucessão, autonomia e desafios emocionais enfrentados por mulheres que constroem suas trajetórias no agronegócio.

Do Circuito Alfa Mulheres da Pecuária, Raquel Duailibi, abordou questões sobre pressão enfrentada pelas mulheres no campo e na cidade. Ao relatar dilemas em conciliar maternidade, casamento e carreira, Raquel afirmou que:

“Deixar os filhos em casa para trabalhar, dizer ‘não’ ao marido quando algo não faz sentido para si, são atitudes que ainda pesam – como se estivéssemos falhando em algum papel social. Mas é justamente essa culpa que precisamos desconstruir”.

O diálogo foi compartilhado com demais mulheres de referência no setor como, Roberta Maia, diretora da Servsal e ex-presidente da Famasul Jovem. Maia destaca o processo de sucessão em andamento dentro da sua empresa e o impacto de como é vista pela equipe e própria família.

“Descobri a resposta para minhas incertezas na postura. Sempre que me deparo com uma situação difícil, lembro do conselho de uma orientadora: tenha postura. Isso tem me ajudado sobremaneira”.

A coordenadora do Programa Crea-MS, a engenheira florestal Adriana dos Santos Damião, trouxe a perspectiva da representatividade técnica e da ocupação de espaços historicamente masculinos. De acordo com a diretora da Novilho Precoce MS, Rafaela Potsch Ribeiro, é importante criar ambientes corporativos onde a liderança por mulheres podem acontecer sem abrir mão da autenticidade. Para Karla Nantes Rodrigues, gestora da Nelore MNO, integrante do projeto Donme (De Olho no Material Escolar) e associada ABPO, temas como os desafios enfrentados dentro da porteira, em especial no manejo de equipes e na construção de uma pecuária diversa foram compartilhados durante o diálogo.

O tópico de sucessão familiar também teve como reflexão a preparação dos filhos - e em especial nas filhas - para ocupar posições de liderança no futuro.

“Minha filha tem seis anos e já demonstra interesse, mas deixo claro que ela só vai pensar nisso no momento certo – e apenas se tiver vocação e vontade de verdade”, comentou uma das painelistas.

A força do desenvolvimento feminino no agro no encontro vai além de ocupar cargos de chefia. Trata-se de romper silêncios, repensar modelos de liderança e construir caminhos de crescimento profissional, sem carregar culpas impostas pela sociedade.

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