Onça resgatada de incêndio no Pantanal morre na Capital

A onça-pintada macho Antã, resgatado em 17 de Agosto na região do Passo do Lontra, em Miranda, morreu na manhã desta quarta-feira,  11 de Setembro,  no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) de Campo Grande (MS) onde estava em tratamento. O óbito foi comunicado pelo Governo do Estado e o Instituto de Meio Ambiente de MS (Imasul) em nota da tarde desta quinta-feira, dia 12 de Setembro. 

Antã foi encontrado visivelmente debilitado, desnutrido e sem forças para reagir, provavelmente devido à falta de alimento na área atingida pelo fogo. Após um período na tentativa de recuperação, infelizmente ele não resistiu às complicações decorrentes de seu estado inicial e veio a óbito na manhã desta quarta-feira (11).

Quando chegou ao CRAS o animal tinha peso de apenas 72 kg, significativamente abaixo dos 100 kg que seria seu peso ideal. Complicações internas, agravadas pela idade avançada, estimada em oito anos, impediram uma recuperação completa. A equipe do Imasul, em colaboração com especialistas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, fez todos os esforços possíveis para salvar Antã.

Durante a captura, Antã apresentou desidratação moderada (7%), estertor pulmonar e queimaduras de terceiro grau nas patas, além de duas pequenas lesões (3 cm) nos membros torácicos. As feridas foram tratadas com soro fisiológico e pomada cicatrizante.

A ultrassonografia revelou alterações na bexiga e fígado. Exames de sangue identificaram Trypanossoma sp e Hepatozoon, (parasitas do sangue), além de anemia, desidratação e cistite (inflamação na bexiga). O tratamento das queimaduras das patas incluiu ozonioterapia, laser terapia tópica, pomadas cicatrizantes e bandagens.

No dia 11 de Setembro, no momento em que era preparado para a continuidade do tratamento com ozonioterapia e laser terapia, foi identificada uma parada cardíaca. Antã foi imediatamente transferido para o centro cirúrgico, onde foi intubado e iniciada manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP), após três ciclos de RCP, o óbito foi confirmado. O corpo de Antã foi encaminhado para necropsia e o laudo definitivo ainda aguarda análise histológica.

“O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e o Imasul lamentam profundamente a perda de Antã e reafirmam seu compromisso com a proteção e reabilitação da fauna silvestre, destacando a necessidade urgente de preservação ambiental e cuidado com a vida selvagem”, diz a nota.