“Nem de perto é a proposta que nos contempla”, diz presidente da ACP sobre os 10,39%
Assembleia geral dos professores seria para decidir se aceitam ou não a proposta; categoria segue em análise do reajuste
Impasse dos professores da Rede Municipal de Ensino (REME) de Campo Grande/MS parece não ter fim. Em assembleia geral, o Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP/MS) ainda está analisando a proposta de reajuste salarial apresentada pela prefeitura nesta segunda-feira, 30 de Janeiro. O município propôs pagamento do reajuste de 10,39%, que será feito em duas parcelas, sendo a primeira de 4% em fevereiro e a segunda, de 6,39%, em junho, com gratificação no salário, o tal “abono”, mas sem uma data prevista para começar o pagamento.
No local, o presidente da ACP, Gilvano Kunzler Bronzoni, lembrou várias vezes que, segundo a Prefeitura, o Governo Executivo Municipal estava impedido de cumprir o piso nacional, instituído pela Lei N°6.796/2022 , diante da Lei de Responsabilidade Fiscal. Além disso, de acordo com Gilvano, 57% dos recursos da Prefeitura estariam destinados à folha de pagamento, prejudicando o cumprimento da legislação.
“A prefeita, no ano passado, fez um compromisso de que iria enxugar os gastos fora da educação”, afirmou Gilvano.
O sindicato preferiu discutir apenas o parcelamento dos 10,39%, deixando de lado momentaneamente questões de outros aumentos salariais, como os 14% anual. Na assembleia, o que mais chocou os presentes foi a existência de uma verba indenizatória, o “abono salarial”, oferecido pela prefeitura, mas sem uma data específica para ser aplicado no salário.
Mesmo assim, tanto o presidente da ACP, como a vice-presidente, Josefa dos Santos Silva, optaram por aceitar a proposta, alegando que, em caso de negação, as tratativas com o Governo Executivo Municipal de outros reajustes se veriam ainda mais dificultadas. Em números, conforme a fala do presidente Gilvano, a Prefeitura de Campo Grande deve aos professores um total de 60% de aumento salarial.
"Eu estou a 3 anos sem um aumento decente. É melhor pegarmos aquilo que não queremos ou avançar numa greve em março e ficar sem nada”, expressou a vice-presidente do sindicato.
Apesar da pressão da ACP e da Comissão que buscou negociar com a Prefeitura constantes vezes ao longo do ano de 2022, muitos professores entendem que a proposta é um “retrocesso para a carreira”, “erro histórico votar uma proposta de abono parcelado” e há quem acredite ser “um calote certo”.
A assembleia geral para a votação segue na sede da ACP.
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