Músicos do Estado fazem tributo a precursor do Choro no Brasil
Dois destes concertos serão realizados em duas comunidades negras do Estado
Nos próximos dias 10, 11 e 12 de agosto, Dourados, Ivinhema e Nova Andradina recebem recital que faz homenagem ao do flautista e compositor Patápio Silva, nascido no século XIX, precursor do choro no Brasil.
O Projeto “Patápio Silva – Primeiro Amor”, aprovado pelo Fundo de Incentivo à Cultura de Mato Grosso do Sul, faz um tributo ao flautista e compositor Patápio Silva, que nasceu no final do século 19 e é um dos precursores do choro no Brasil. A homenagem ao artista será feita pelo maestro Eduardo Martinelli, violão sete cordas e Brenner Rozalez na viola sinfônica, que juntos farão treze recitais no estado, além de gravar 9 faixas do compositor e se apresentarem em São Paulo e Nova York.
Os recitais, que tem início no próximo final de semana, acontecem nas cidades de Campo Grande, Ivinhema, Corumbá, Três Lagoas, Aquidauana, Miranda, Coxim, Ponta Porã, Nova Andradina e Jaraguari. Dois destes concertos serão realizados em duas comunidades negras do Estado, Tia Eva em Campo Grande e Furnas do Dionísio em Jaraguari, possibilitando o acesso e o conhecimento desse importante músico/compositor expoente preto da música brasileira.
De acordo com Martinelli, Patápio foi, um compositor e um instrumentista de raro talento. Nas suas obras encontram-se a síntese de sua vida, um equilíbrio perfeito, pouquíssimas vezes igualado. Nascido em Itaocara, Rio de Janeiro, o flautista tocou em bandas de várias cidades do interior, chegou a mestre da Lira Guarani. Foi admitido no curso de flauta do Instituto Nacional de Música. Contratado pela Casa Edison, gravou vários discos que permaneceram por duas décadas em catálogo. Apresentou-se no Palácio do Catete para o então Presidente Afonso Pena, entre outros locais.
Com sua flauta criou uma linguagem que sintetizou os vários estilos de música que conhecera: a música de concerto, a música de salão, as músicas das praças, das retretas das bandas, do espírito carioca que fez nascer o choro. Infelizmente, hoje, passados quase 120 anos de sua morte, grande parte de suas composições encontram-se perdidas. Daí a importância de divulgar e difundir o nome do compositor brasileiro em todo o estado, oportunizando aos sul-mato-grossense a diversidade de gêneros musicais pouco conhecidos do grande público.
Martinelli e Brenner – Eduardo Martinelli tem uma consolidade carreira artística no Estado. É paulistano, mas vive e atua em Campo Grande desde 2005. É um dos principais fomentadores da música de concerto e constantemente representa Mato Grosso do Sul em eventos internacionais (como ExpoDubai 2022, séries de concertos na América-Latina e Portugal), além de ser diretor de vários grupos e orquestras, destacando a Sinfônica Municipal de Campo Grande, da qual é o maestro titular desde sua fundação em 2007.
Brenner Rozales é parceiro e aluno de Martinelli. Iniciou seus estudos na Fundação Barbosa Rodrigues. O artista foi admitido na Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, onde tornou-se o principal violista. De lá, seguiu para Israel ao ser selecionado em ampla concorrência pelo maestro Zubim MehTa, da Universidade de Tel Aviv em Israel. Desde o inicio dos conflitos entre Israel e Palestina, em outubro de 2023, Brenner decidiu passar mais uma temporada no Brasil e no Estado, onde tem participado de diversos projetos culturais.
Serviços – Recitais – 10 de agosto – Dourados / 11 de agosto – Ivinhema / 12 de agosto – Nova Andradina.
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