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"Meu coração ficou naquele hospital quando ele morreu", declara mãe de Wesner

Acusados de homicídio em lava-jato, em 2017, Thiago Giovanni Demarco Sena e Willian Enrique Larrea são julgados hoje

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Victória de Oliveira e Thays Schneider
Marasilva Moreira acompanha o júri popular dos acusados de matar o filho dela - (Foto: Luciano Muta)

Após seis anos de espera, Marisilva Moreira, de 50 anos, chega cedo ao Fórum de Campo Grande (MS) para assistir ao julgamento de Thiago Giovanni Demarco Sena, de 26 anos, e Willian Enrique Larrea, de 36 anos, acusados de matar o filho dela, Wesner Moreira, com 17 anos época.  O menino foi morto, em 2017, no lava-jato onde trabalhava, na avenida Interlagos, em Campo Grande (MS). Os suspeitos nunca chegaram a ser presos.

No dia 03 de fevereiro de 2017, os réus introduziram mangueira de ar no ânus do adolescente, o que provocou lesões nos órgãos internos da vítima. Wesner ficou cerca de 11 dias internado antes de vir a óbito. Em depoimento, tanto Thiago, o proprietário do S/S Lava-Jato, quanto William, funcionário, afirmam que o caso foi “uma brincadeira”.

Em conversa com o Diário Digital, Marisilva explica querer a justiça que o caso merece. “Eles mataram um sonho meu. Clamo pela justiça que prometi ao meu filho”, conta. No tempo em que ficou internado, o filho dela pedia para que a mãe prestasse queixa na delegacia contra os acusados. “Ele dizia ‘não quero mais eles perto de mim’”.

Marasilva quer justiça - (Foto: Luciano Muta)

Hoje, Marisilva , acompanhada do filho mais velho, Luciano, encarou pela primeira vez em seis anos os acusados do crime. “Quando vi eles entraram aqui no Fórum, senti sede de justiça”, afirma. 

Investigações - As investigações da Polícia Civil apontam que no dia dos fatos, a vítima, que trabalhava no lava-jato, pediu a Willian que comprasse refrigerante para consumirem juntos, em tom de brincadeira. Willian reclamou do pedido e passou a bater em Wesner com pano de limpar os carros, “também de maneira lúdica”, aponta a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

Lava-jato onde Wesner foi morto, em 2017 - (Foto: Luciano Muta/Arquivo)

Wesner, então, pediu para que o proprietário do lava-jato parasse com a brincadeira. Como Willian não atendeu, a vítima correu para longe dele. O proprietário correu atrás de Wesner, o imobilizou e carregou a vítima por cima dos ombros até onde Thiago estava. 

Thiago pegou a mangueira de ar, retirou a bermuda e cueca da vítima e a introduziu no ânus de Wesner. O adolescente passou mal e vomitou. A vítima foi socorrida até o Centro Regional de Saúde (CRS) do Tiradentes e encaminhada até a Santa Casa, onde passou por procedimentos cirúrgicos. 

O parecer do Ministério Público Estadual descreve, ainda, que Willian e Thiago se aproveitaram da vantagem física sob a vítima e cometeram o crime.

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