Mestranda cria jogo de cartas para valorizar a mulher na história
Professora idealiza projeto que enfatiza a importância da mulher na história brasileira


Diante dos altos índices de violência contra mulher e da desigualdade de gêneros, uma professora do interior do Estado de Mato Grosso do Sul, mestranda do curso ProfHistória - Mestrado Profissional em Ensino de História, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), desenvolveu um jogo de cartas, capaz de apresentar a mulher em várias etapas da história e valorizar figuras importantes para a trajetória feminina.
O jogo educativo foi criado pela mestranda Crislaine Matias Tavares Dias, sob orientação da professora Marinete Zacharia Rodrigues, tem por finalidade incentivar os alunos e alunas da educação básica a conhecerem o protagonismo das mulheres brasileiras na história do país, sinalizando que ainda no ensino fundamental, alunos podem, e devem ser, canal de transformação da sociedade.
A pesquisa que gerou o jogo foi intitulada como: “A (in)visibilidade das mulheres no ensino da História do Brasil: o jogo como recurso pedagógico para a história das mulheres”, e a partir dela, Crislaine desenvolveu o jogo “Minas de luta na História do Brasil”, um material didático atraente, objetivo e motivador, que pode ser usado nas salas de aula do ensino fundamental e ensino médio.
“Independente de faixa etária, o jogo serve como instrumento didático para professoras e professores, trabalharem temas relacionados com o protagonismo e participação ativa das mulheres, na formação da sociedade brasileira, em diferentes tempos e espaços”, explica a mestranda.
Ainda de acordo com Crislaine, o material pode contribuir para as discussões sobre a invisibilidade das mulheres no ensino de história e as desigualdades sociais, políticas e civis, entre homens e mulheres, que se manifestam atualmente no ambiente de trabalho, familiar e lazer.
“Como o ensino de história pode atuar de modo a minimizar essa problemática? Um dos caminhos é desnaturalizar o papel dos homens como sujeitos supremos na história, isto é, dar lugar às mulheres, como agente presente na história do Brasil. A partir da utilização das narrativas femininas através das cartas do jogo, deve-se abrir espaço para a discussão das relações de gênero, entendendo que os papéis sociais para homens e mulheres são construídos ao longo do tempo e, portanto, podem ser modificados para uma relação de poder mais justa e equitativa”, destaca.
O jogo possui 60 cartas com informações sobre o perfil e atuação de diversas mulheres. As categorias selecionadas para apresentação no jogo são: Mina de Negócios, Mina em Revoltas e Guerras, Mina Pioneira, Mina na Política, Mina de Liderança e Mina pela Democracia.
Academia x Sociedade - A orientadora do projeto, Marinete Zacharias, explica que para a construção de um resultado como esse, é preciso muito estudo e dedicação dos professores que vêm das salas de aula para se qualificar.
“Cada aluno do mestrado, cada professor que vem para a sala de aula novamente, vem com uma bagagem muito rica. A Crislaine fez todo o curso, projeto e dissertação, morando em outra cidade, grávida, mas nunca desistiu e sempre pensando no objetivo que era solucionar demandas, para trabalhar de forma contundente aquilo que não estava no currículo em sala de aula”, ressalta.
Marinete explica a importância desse perfil de projeto para trabalhar as dúvidas das crianças e toda escola, que é um espaço de cultura efervescente e que está em permanente mudança.
“É extremamente importante que se observe esse diálogo, principalmente nesse momento de pandemia, que a universidade e o universo acadêmico, as teorias e metodologias científicas, possibilitam ao aluno do mestrado construir algo que levará para a sala de aula da educação básica, onde ele leciona, e não só para ele, mas para os demais professores também. Pesquisa que retornará para sociedade, como solução para discussões importantes”, finaliza
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