"Mancha a classe", declara mãe de paciente que acusa enfermeiro de estupro
Enfermeiro passa por procedimento no Conselho de Ética do Coren-MS nesta manhã (15)
Justiça pela filha e pela classe de enfermeiros. É esse o sentimento de Almira Romeiro Motta, mãe da paciente, de 37 anos, que acusa enfermeiro, de 51 anos, de tê-la estuprado enquanto estava internada no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) durante tratamento de Covid-19. O caso ocorreu em 04 de fevereiro de 2021 e nesta quinta-feira, 15 de dezembro, o réu passa por julgamento no Conselho de Ética do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Coren-MS).
Ao Diário Digital, Almira contou que a filha lida com traumas diários após o estupro. “Ela passa por um monte de psicólogos e psiquiatras. Está desencadeando um problema de alergia de estresse pós-traumático. Agora está saindo da parte da mutilação do corpo, então, estamos tentando montar uma linha de trabalho [para evitar isso]. Não é fácil, ela passa por altos e baixos”, declara.
O processo é sigiloso. Em novembro de 2021, o Coren realizou a primeira oitiva de procedimento disciplinar sobre o caso. O enfermeiro não compareceu à sessão e foi representado pelo advogado. Conforme os autos do processo, no dia do estupro, a vítima contou que havia passado mal naquela noite, com vômito e falta de ar. A partir de então, o enfermeiro começou a ir até o quarto e, durante madrugada, ela percebeu que ele passava a mão em seu corpo.
No dia seguinte, a mãe ligou para filha que fez todo o relato em estado de choque e o caso foi denunciado a polícia. Para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande, o homem é autor do crime. A delegada responsável pelo caso, Maíra Pachedo chegou a representar pela prisão preventiva, porém o pedido foi negado pela Justiça.
Em setembro deste ano, o enfermeiro passou novamente por procedimento disciplinar do Conselho Regional de Enfermagem, e após uma hora de oitiva, deixou o local sem falar com a imprensa, negando-se a responder qualquer pergunta.
Para Almira, o enfermeiro mancha o nome da classe. “O justo é que ele não sofra apenas medida disciplinar, mas seja cassado. Não é certo que ele manche os profissionais da categoria. Ele acabou com a minha família”, declara.
Segundo a delegada responsável pelas investigações, há “elementos indiciários suficientes de autoria e materialidade” contra o homem de 51 anos que foi interrogado e indiciado como o autor de estupro. Porém, mesmo com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) se manifestado favorável à prisão, o pedido não foi acatado pelo juiz.
Outro lado - A reportagem tentou contato com o advogado responsável pelo caso, Matheus Machado Lacerda. O profissional afirmou que não irá fornecer informações sobre o caso durante o andamento do processo.
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