Geral

Mãe e padrasto são condenados pela morte brutal da menina Sophia

Stephanie de Jesus foi sentenciada a 20 anos de prisão, enquanto Christian Campoçano pegou 32 anos

|
Redação
Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim foram considerados culpados (Foto: Luciano Muta)

Foram dois dias de julgamento até que a sentença saiu na noite desta quinta-feira, 5 de Dezembro, no Fórum de Campo Grande (MS). Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim foram considerados culpados  pela morte da menina Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos. O crime gerou grande comoção pela brutalidade praticada contra a criança falecida em 26 de Janeiro de 2023. Somadas as penas chegam a 52 anos de prisão em regime fechado.

Stephanie de Jesus, a mãe Sophia, foi condenada a  20 anos por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e homicídio doloso por omissão.  Christian, o padrasto, recebeu a pena de 32 anos por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e contra menor de 14 anos, além de  estupro de vulnerável. Ambos negaram as acusações, tanto no decorrer do processo, quanto ao deporem no julgamento.

Stephanie, inclusive, alegou que vivia um relacionamento abusivo com Christian e que não sabia das agressões sofridas pela menina. Os dois réus choraram durante o julgamento  e afirmaram amar a criança. Christian admitiu que tinha um relacionamento conturbado com a mãe de Sophia e revelou ainda ter problemas com drogas. Porém, ressaltou que considerava a menina sua filha e que jamais a faria mal. 

Stephanie de Jesus da Silva alegou não saber das agressões sofridas pela filha (Foto: Luciano Muta)

A acusação, por sua vez, sustentou que ambos praticaram maus-tratos contra a vítima que precisou ser levada a unidades de saúde várias vezes com ferimentos diversos, até que na noite de 26 de Janeiro do ano passado deu entrada na UPA do Bairro Coronel Antonino já sem vida.

No primeiro dia de audiência, na quarta-feira, dia 4, a acusação exibiu um áudio que confirmaria a brutalidade contra a criança. Christian instruiu a mãe a torturar a menina. "Dá uns tapão nela e você vira a cara dela pro colchão e fica segurando porque aí ela para de chorar. É sério. Parece até tortura, mas não é, tá? Porque aí ela vê que ela não vai ter ar suficiente pra chorar e ela para de chorar (SIC)."

Em depoimento, o médico legista Fabrício Sampaio confirmou que a pequena sofreu um traumatismo raquimedular, o que significa que  o pescoço de Sophia girava em 360°graus. E, durante os exames foi constatado abuso sexual.

Christian Campoçano assumiu ter problemas com drogas e negou ter estuprado a enteada (Foto: Luciano Muta)

Julgamento movimentado - Nos dois dias de julgamento, a movimentação foi grande no Fórum da Capital. O plenário do júri esteve lotado. No primeiro dia, houve protestos e clamores por justiça à criança. Estudantes de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) acompanharam o julgamento.

O pai da vítima Jean Ocampo compareceu nos dois dias e estava muito emocionado. Ele comentou os meses sem a filha e disse sentir profunda tristeza. Ao ver os réus no Fórum, ficou ainda mais abalado.  " Os dois são meus leões, preciso enfrentar, eu espero que a justiça seja feita", desabafou o pai.

No segundo dia, foram realizados os debates de acusação e defesa, seguidos pela votação dos quesitos e sentença final do caso que saiu pouco depois das 21h.
 

Sophia de Jesus Ocampo morreu aos 2 anos em decorrência de traumatismo raquimedular (Foto: Reprodução)

Morte brutal- Segundo o laudo médico, a menina Sophia de Jesus Ocampo morreu em decorrência de um traumatismo raquimedular, isto é, lesão na coluna vertebral. O laudo também constatou que ela havia sido estuprada, porém, "não recente". A pequena morreu entre 9h e 10h do dia 26 de janeiro de 2023, mas só foi levada ao hospital às 17h.

Na unidade de saúde, a mãe não teria esboçado surpresa ou remorso quando soube da morte da filha, segundo descreve o registro policial. A Polícia Civil afirma que as investigações apontam que o padrasto teria orientado a genitora a dizer que a criança “caiu do playground[parquinho]”.

Durante as investigações, o que chamou atenção da Polícia Civil é que a menina havia sido atendida mais de 30 vezes na unidade de pronto atendimento. Inclusive, em uma delas, a criança estava com a perna quebrada. Com a apuração, foi constatado que a pequena teve a perna quebrada com um chute do padrasto, Christian.

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado, analisou as mensagens trocadas entre Christian Campoçano Leitheim e Stephanie de Jesus da Silva e constatou que os réus torturavam. Foi feita quebra de sigilo telefônico no celular de Christian.

Confira a galeria de imagens:

Veja Também

Aplicativo sobre de prevenção de desastres já tem 2 mil downloads

Lula sanciona lei sobre uso de bioinsumos na agropecuária

Bebê sobrevive à cirurgia complexa que retirou tumor do coração na Capital

Polícia Civil de MG já identificou 16 vítimas de acidente na BR-116