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Irmãos devem pagar R$ 18 mil a médico após acusações de assassinato da mãe

Idosa morreu em UPA do Leblon após ficar cinco horas na espera por transferência

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Victória Bissaco
Maria do Carmo de Souza Oliveira morreu em junho de 2020 - (Foto: Reprodução/Processo TJMS)

Dois irmãos foram condenados a indenizar em R$ 18 mil um médico plantonista de Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Campo Grande, após série de postagens em rede social onde chamavam o homem de “assassino” e o acusavam de negligência pela morte de Maria do Carmo de Souza Oliveira, com 78 anos na época. Os acusados são filhos da idosa e divulgaram nome e registro profissional do médico. 

A idosa morreu em junho de 2020, após ficar mais de cinco horas aguardando atendimento na UPA do Leblon. Ela deu entrada na unidade por volta das 08h do dia 09 com quadro de infarto. Segundo os filhos, a mãe “permaneceu viva por quase dez horas agonizando”.

Segundo o processo ao qual o Diário Digital teve acesso, a morte da idosa ocorreu em  junho de 2020. A defesa do médico alega que o profissional prestou todos os atendimentos necessários, bem como solicitou transferência para outra unidade, a fim de evitar o óbito da paciente. Após a morte da mãe, os filhos passaram a publicar nas próprias redes sociais e em grupos públicos informações pessoais do médico. Em uma postagem, divulgam partes do obituário da idosa. Em outra, chama o profissional de “assassino”.

O pedido de indenização apresentado ao Juizado Especial da Comarca de Campo Grande aponta que outros profissionais e mais pessoas passaram a questionar a conduta do médico. Nas postagens, os filhos afirmam que a mãe faleceu por negligência médica e que ela foi assassinada pelo profissional que procedeu o atendimento. 

“É possível verificar em uma das postagens feitas pelo requerido, onde o mesmo cita o nome do requerente, bem como seu CRM afirmando que o mesmo agiu com negligência, pedindo sua exoneração do cargo público, a cassação do direito de exercer a medicina”, aponta a defesa do profissional.

O valor pedido pelo médico para indenização foi de, no mínimo, R$ 40 mil. No final do processo, que seguiu por cerca de dois anos, os irmãos foram condenados em 02 de maio de 2023 a indenizar o médico em R$ 18 mil, bem como necessitaram apagar todas as postagens realizadas nas redes sociais a respeito do caso.

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