Investigadora da Polícia Civil entre a missão de ser mãe e proteger a sociedade
Com três filhas, Lucilene Souza enfrentou a dupla jornada e atua 19 anos na segurança pública
Com três filhas pequenas, a investigadora da Polícia Civil, Lucilene Souza, de 51 anos de idade, decidiu enfrentar a dupla missão de ser mãe e proteger a sociedade. A equipe do Diário Digital conversou com a Lucilene que contou um pouco do desafio da mulher que decide ser mãe e policial.
A investigadora relata que não sonhava em ser policial. “Quando tinha 1 ano de idade, meu pai me sequestrou da minha mãe. Pois, o casamento deles não estava dando certo e o meu pai era muito ciumento. Ele não aceitou o fim do relacionamento e me levou embora. Com isso, minha irmã ficou com a minha mãe e eu fui embora. Sempre mudávamos de cidade e eu não entendia. Mas, aos 14 anos, conheci a minha mãe e descobri que ela sempre me procurou. Por isso que sempre mudávamos de cidade. Depois que descobri que por conta do amor um homem faz isso, decidi que precisava fazer algo para ajudar as pessoas”.
“Com o passar do tempo, casei, fui bancária e publicitária e não sabia ainda o desejo do meu coração. Quando eu vi o concurso de polícia, resolvi fazer o concurso e ver que poderia ajudar as pessoas por esse meio. Passei no concurso, passei pela academia e sabia que realmente essa era a minha vocação. Por cinco meses fiquei na academia e sofri muito, pois, é onde você vê se realmente quer ser polícia com diversas situações reais. Então, foi ali que descobri que tinha vocação”, explicou Lucilene.
Na época do concurso, havia 350 pessoas. Mas, deste total, apenas 50 eram mulheres. “Formei na academia, entrei para polícia e fui atuar no município de Miranda (MS). Então, começou ficar mais difícil. Quando entrei na academia, tinha três filhas pequenas, a Karina, Karolina e a caçula que ainda era amamentada, a Karla. Eu ia chorando trabalhando, mas eles ficavam com meu ex-marido e com a avó paterna. Com isso fazia 24 horas trabalhando e retornava para Campo Grande, mas sabia que não podia desistir e seguir em frente”.
Após um período, Lucilene conseguiu uma transferência para Campo Grande e ficou por sete anos na 1º Delegacia de Polícia Civil. Depois, foi chamada para atender a comunicação na Delegacia Geral de Polícia Civil e agora foi cedida para atuar como coordenadora de Segurança, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. E, aqui produzimos o programa “Segurança em Pauta”.
“Nestes 19 anos que estou na polícia, foi tudo muito difícil. Mas, sempre estive presente com as minhas filhas. Eu queria dar tudo para elas o que eu não tive. Muitas vezes, as deixei chorando em casa e passei noites trabalhando. Estive sempre firme nas minhas decisões e venci. Hoje, estou aqui com três filhas criadas e com um neto de 10 meses. Consegui ajudar tantas mães e prender homens que as fizeram mal. Nunca estive na profissão à toa, a minha missão sempre foi proteger e servir a sociedade”, destaca a investigadora da Polícia Civil.
Exemplo
Com exemplo de policial em casa, a filha do meio de Lucilene, Karolina Souza, de 27 anos, decidiu também seguir o caminho da mãe. “Como sabia que criança era curiosa, quando peguei a arma de fogo para o trabalho, desmontei o objeto e mostrei o que era e o que poderia causar. Lembro como se fosse hoje, Karolina foi a que mais ficou curiosa”.
“No começo não liguei muito, pois, achei que era algo passageiro. Mas, com o passar do tempo, ela formou em Direito e prestou concurso para Polícia Civil e foi aprovada. Atualmente, ela atua como delegada titular na Delegacia de Polícia Civil de Anastácio (MS). Já a filha mais velha, a Karina, é formada em biomedicina e a filha caçula, Karla, é estudante. "Então, acaba sendo um orgulho ver que uma das minhas filhas seguiu o meu caminho”, finalizou.
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