Impacto ambiental de indústria no córrego Buriti é investigado
Denúncia de morador leva o MPMS a verificar degradação ambiental em área protegida


Inquérito da 1ª Promotoria de Justiça de Bandeirantes investiga possíveis impactos da instalação de núcleo industrial nas proximidades do córrego Buriti, em Jaraguari. Visando garantir a preservação ambiental, o processo quer garantir que o empreendimento cumpra com as normas ambientas e o Plano Diretor do município.
Apesar de apoiar o desenvolvimento local, um morador da cidade realizou reclamação para o que chamou de "descaso do poder público" para com a preservação da natureza. Um dos pontos levantados estão ausência de obras de contenção de erosões e riscos de assoreamento na nascente do córrego, instalação em "local totalmente inapropriado", sendo o manancial responsável por abastecer inúmeras propriedades rurais.

Ainda segundo o denunciante, ruas foram abertas sem o devido cuidado para com a cabeceira do córrego, e obras de drenagem estariam sendo realizadas para despejo de água pluvial direto na nascente. No projeto da prefeitura estava incluso a construção de uma bacia de detenção na mata ciliar, incapaz de armazenar o volume esperado de água e sedimentos.
A Promotoria de Justiça, além de instaurar inquérito, encaminhou dois ofícios à Prefeitura de Jaraguari solicitando informações, porém, os documentos não tiveram resposta dentro do prazo legal. Com a gravidade dos relatos e falta de resposta, o órgão formalizou a investigação para apurar a regularidade do licenciamento ambiental e se o projeto é compatível com o Plano Diretor do município.
Conforme apontado pelo Promotor de Justiça de Bandeirantes, Gustavo Henrique Bertocco de Souza, o MPMS deve apurar a conformidade do núcleo industrial com a legislação ambiental, principalmente no que diz respeito à proteção de Áreas de Preservação Permanente (APPs). Ainda serão analisadas eventuais falhas do poder público do município e a responsabilização por danos ambientais ocorridos ou em curso.
O Promotor de Justiça determinou uma série de diligências, entre elas, a notificação da Prefeitura para dar explicações em 30 dias e a solicitação para o Núcleo de Geoprocessamento (Nugeo) do MPMS para análise de imagens de satélite da área denunciada. O reclamante também foi intimado a fornecer informações dentro do prazo de 10 dias.
A partir das evidências, o Ministério Público deverá decidir quais serão as medidas cabíveis, podendo propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou ingressar uma Ação Civil Pública (ACP). A ação visa garantir a preservação da cabeceira do Córrego Buriti, recuperar eventuais danos ambientais e o respeito ao planejamento urbano da cidade.
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