Ilhados, moradores do Homex estão presos em casa devido as fortes chuvas
Animais mortos e até fezes se espalhando pelo local devido às fossas sépticas que se abrem devido a força da chuva
As chuvas dos últimos dias trouxeram de volta um problema bem antigo em Campo Grande: famílias que acabam perdendo tudo durante os temporais. Além disso, ruas intransitáveis e crateras expostas em diversos bairros.
Famílias que vivem na região do Homex têm sofrido na pele a força da chuva. Nesta terça-feira (17), a água inundou os barracos e muitas pessoas acabaram perdendo tudo. Um cenário desolador, com animais mortos e até fezes se espalhando pelo local devido às fossas sépticas que se abrem.
A realidade é de muita lama, o que quase impediu nossa equipe de chegar até a casa da Dona Maria Célia. Com as poças de água embarrada, o acesso até o barraco de madeira da moradora é difícil.
Ao chegar, nos deparamos com uma realidade triste, esquecida pelo poder público. A miséria da qualidade de vida torna a sobrevivência dentro do barraco de três cômodos o único lugar para ela e seus dois filhos ficarem. Ilhados desde o início das chuvas, Dona Maria está presa em casa devido às poças de água suja que cercam sua residência. Ela relata que os filhos estão há dois dias sem ir à escola, ilhados na pequena casa.
"Tem dois dias que eles não vão para a escola, mas como vão? Vão chegar lá todo sujos, cheios de barro, passando por essa água suja, cheia de bicho e bactéria. Se você olha bem, tem girino nessas poças", conta Dona Maria.
Com dois filhos pequenos, ela sobrevive da reciclagem, coletando o descarte de moradores da região para conseguir trazer comida para casa, mas com as fortes chuvas, Dona Maria tem medo de deixar os filhos sozinhos.
"Meu carrinho está ali parado, perdi tudo que eu tinha pegado. Não consigo sair daqui para trabalhar, tenho medo de sair e começar a chover e não conseguir entrar em casa, deixar os meninos sozinhos", relatou Dona Maria.
Ela conta que, com isso, a comida na casa está escassa, que tem contado com a empatia de moradores e vizinhos que possam doar algo para ela e seus filhos. "Tem um pedacinho de frango ali, um pouco de arroz, e fazer isso, deixar eles comer e esperar alguém vir nos trazer alguma coisa, porque não dá para fazer nada."
Ela detalha que mora no bairro há 5 anos e, desde que chegou lá, a realidade é essa. Entre as dificuldades, não há escola perto, o posto de saúde é longe e até mesmo o Samu não entra na região devido à situação das ruas. Depois de alguns minutos de conversa, ela mostra um ferimento no pé direito. Sem condições de medicamento, ela tem tomado remédios que amigos e vizinhos têm doado, mas isso não é suficiente. Dona Maria tem transitado pelas águas sujas com sua ferida aberta, afinal, ela não pode parar.
Além da fome e da baixa qualidade de vida, as doenças têm assolado a família. Dona Maria recentemente teve o diagnóstico de dengue e seu filho mais velho está com sarna. A casa de madeira foi construída pela própria Maria Célia e, com as chuvas, elas têm visto sua casa apodrecer.
As chuvas de ontem (16) inundaram a casa da moradora, estragando os poucos móveis que restam na residência, levando o pouco de esperança de melhorar a qualidade dela e de seus filhos. Ela conta que não pensa em sair da região.
"Eu que construí isso aqui, eu não quero sair, só queria melhorar minha casa, deixar melhor para mim e para meus filhos."
Foram necessários 5 minutos de conversa com a moradora para entender a realidade desumana que ela e sua família vivem. Para ajudar ela e seus filhos, o PIX é (67) 99296-5519. Eles residem na Rua Mairinque, n° 28S, no Bairro Homex."
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