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Humap participa de estudo sobre tratamento com anticoagulante para arritmia

Tratamento inovador consiste no uso de medicação anticoagulante chamada abelacimabe

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Redação
(Foto: Divulgação)

O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS/EBSERH), da Rede Ebserh, atingiu um marco significativo no cenário da pesquisa médica brasileira. Um estudo desenvolvido com a participação do hospital, que avalia a eficácia e a segurança de uma nova medicação antigoagulante - o abelacimabe - em pacientes com fibrilação atrial de alto risco, considerados inadequados para anticoagulação oral, destaca-se como um dos mais bem-sucedidos no Brasil.

A pesquisa foi realizada em colaboração com a Labcorp Drug Development (ORPC), a Fundação Médica do Rio Grande do Sul - FUNDMED, e liderado pelo médico cardiologista Dr. Delcio Gonçalves da Silva Junior, chefe da Unidade do Sistema Cardiovascular do Humap. O estudo de fase 3, multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, de grupos paralelos, atingiu um número significativo de inclusões de pacientes entre os centros participantes no país.

O Dr. Delcio Gonçalves da Silva Junior explicou a importância e o objetivo da pesquisa. “Muitos pacientes precisam tomar anticoagulantes porque apresentam uma arritmia que cursa frequentemente com fenômenos embólicos como AVC e tromboembolismos. Os anticoagulantes atualmente utilizados são seguros, porém, em alguns pacientes eles são proibitivos. Principalmente naqueles pacientes mais frágeis, onde o risco de sangramento é muito alto. Esses pacientes, apesar de terem indicação de tomar o anticoagulante, têm dificuldade de recebê-los porque a contraindicação é maior pelo risco de sangramento”, explicou o cardiologista.

Abelacimabe - A nova medicação estudada age em um novo local do sistema de coagulação, no fator XI, e apresenta um potencial de ser mais segura e eficaz do que os anticoagulantes atuais. “É justamente esse o escopo do estudo. Uma medicação nova que age em um novo local do sistema de coagulação e que os estudos prévios mostraram ser mais seguro e mais eficaz do que o local onde os anticoagulantes atuais agem. Ele age no fator XI do sistema de coagulação. É uma tecnologia inovadora, o estudo já está em fase 3, ou seja, nós já temos estudos de segurança e eficácia em fase 1 e fase 2. E agora nós queremos ver os desfechos. Então, depois dessa fase 3 é que o medicamento se torna viável para ser comercializado”, detalhou Dr. Delcio.

A inclusão de pacientes no estudo foi um dos grandes desafios, devido à especificidade da população-alvo. Mesmo assim, o Humap-UFMS/EBSERH conseguiu se destacar. “Os centros que mais têm estudos de pacientes randomizados incluídos nesse estudo no mundo têm perto de 20 pacientes. E são centros que estão há mais tempo incluindo pacientes nos estudos. Entraram antes de nós na pesquisa. O nosso número projetado quando nós começamos o estudo era que nós tivéssemos pelo menos quatro pacientes. Cinco seria uma marca acima da meta, bastante boa”, destacou Dr. Delcio.

Superando as expectativas, o Humap-UFMS/EBSERH conseguiu incluir seis pacientes e espera incluir ainda mais. “E nós estamos com seis pacientes, provavelmente vamos conseguir colocar mais alguns. A importância desse estudo, então, é essa. É um estudo revolucionário de alto nível de dificuldade de inclusão de pacientes, mas nossa equipe aqui do hospital tem conseguido fazer um bom trabalho e estamos em primeiro lugar de pacientes incluídos no Brasil. Esse é um trabalho difícil, um trabalho de bastante empenho e que para se conseguir precisa de uma equipe treinada e de muita experiência e muita dedicação de todos”, celebrou o investigador principal.

De acordo com a chefe do setor de Gestão da Pesquisa e da Inovação Tecnológica em Saúde do Humap-UFMS/EBSERH, este feito coloca o hospital em pé de igualdade com os grandes centros de pesquisa do Brasil, reafirmando seu papel crucial na pesquisa científica e na inovação médica. Além disso, a dedicação e a competência da equipe de pesquisa foram essenciais para alcançar os resultados.

O estudo, realizado em diversos centros ao redor do mundo, demonstrou a capacidade do Humap-UFMS/EBSERH de competir de igual para igual com instituições de renome internacional. Conforme o ranking apresentado na imagem, o Humap se destaca entre os principais centros de recrutamento, ao lado de instituições de países como Israel, Estados Unidos e Bulgária. Este reconhecimento é um marco importante que reforça a excelência e o potencial da instituição no campo da pesquisa clínica.

Sobre a Ebserh - Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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