Greve da enfermagem: população recebe atendimento médico, mas sem remédios ou exames
Serviços como coleta de exames, vacinação, testagem de covid-19 e troca de receitas estão parados

Com ou sem enfermeiros, a demanda de atendimento nas Unidades de Saúde de Campo Grande segue praticamente a mesma. A equipe do Diário Digital esteve nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)do Jardim Leblon e da Vila Almeida, as quais, embora os enfermeiros estivessem do lado de fora das UPAs, dentro os locais estavam cheios de pacientes e cada vez mais chegavam.
Dona Eunice, de 58 anos, acompanhada da filha, diz que a equipe médica da UPA Vila Almeida foi aumentada momentaneamente para que os pacientes não fossem tão prejudicados. Apesar do número grande de médicos, as triagens foram suspensas e os pacientes são encaminhados diretamente para o corpo médico. Além disso, exames de coleta não são feitos e a farmácia não está funcionando.
Situação semelhante também é encontrada no UPA Leblon, o qual, desde o lado de fora, é visível a grande quantidade de pessoas à espera de um atendimento.
Populares saindo da Unidade de Saúde que preferiram não se identificar explicaram que apenas os exames de raio-x estão sendo feitos, já que não necessitam do trabalho dos enfermeiros. Contudo, exames de sangue, vacinação e troca de receitas foram paralisados.
Entenda a greve - Enfermeiros de Campo Grande entram em greve a partir da próxima segunda-feira, 27 de fevereiro. A Prefeitura de Campo Grande foi notificada na manhã desta sexta-feira (24) sobre o ato que vai impactar diretamente os atendimentos básicos de saúde à população. Conforme o Sinte (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem de Campo Grande), o motivo da paralisação é em decorrência ao plano de cargo e carreira da categoria que não está sendo cumprido pelo poder executivo.
O presidente do Sinte, Ângelo Macedo, em reunião que aconteceu na Câmara Municipal nesta sexta-feira (24), pontuou que o sindicato tentou várias negociações que foram negadas pela administração municipal.
“O nosso plano de cargo e carreira está fadado, a prefeitura não está cumprindo a lei que é de 2020 e o enquadramento da carreira já está com o prazo legal vencido. Infelizmente vamos ter que entrar em greve, não queríamos que isso acontecesse, mas diante da inércia do executivo e da Secretaria de Saúde, onde nós tentamos diálogo e não avançamos, teremos que aderir a paralisação”, pontuou Ângelo Macedo.
Diante da greve, que está marcada para começar oficialmente em menos de 72 horas, o atendimento à população nas UPAs e unidades básicas de saúde terão grande impacto. Conforme explica o presidente do sindicato, as situações de urgência e emergência vão continuar com apenas 30% de funcionamento, mas os demais setores não funcionarão.
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