Governo prevê alta de 2,1 milhões de turistas estrangeiros no Brasil
Os números constam num relatório feito pela Embratur, com dados da ForwardKeys
O número de turistas estrangeiros no Brasil deve aumentar em 2,1 milhões este ano. De acordo com a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), a estimativa é que ocorram 9,7 milhões de passageiros entre abril e dezembro deste ano, um aumento de 26% comparado ao mesmo período de 2022.
Os números constam num relatório feito pela Embratur, com dados da ForwardKeys, um dos principais provedores de análise de dados de viagens do mundo.
Desde o final do mês de março, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, tem dialogado com ao menos 32 companhias aéreas estrangeiras, para incluir novas rotas brasileiras nos destinos.
“Com a ajuda de big data, nós conseguimos saber onde estão e quem são os potenciais novos turistas que se interessam no que o Brasil tem a oferecer. Então, primeiro demonstramos para as aéreas o potencial de demanda para estimular o surgimento de novas rotas. Garantida a nova rota, nossa missão é conectar as operadoras e trabalhar as ferramentas de promoção dos destinos brasileiros e trazer turistas para cá”, afirmou Marcelo Freixo.
A avaliação é de que a conectividade aérea é um dos gargalos para o crescimento do turismo internacional. Freixo se reuniu recentemente com o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, para debater o tema e estruturar políticas que fomentem o aumento do número de turistas no Brasil.
Gastos de turistas no Brasil- Segundo a Embratur, o Brasil atingiu a marca de 1,5 milhão de turistas estrangeiros nos dois primeiros meses deste ano. O registro feito pela Polícia Federal no período é o maior da série histórica, iniciada em 2019.
Em janeiro e fevereiro, os turistas estrangeiros deixaram no país US$ 1,1 bilhão, superando a cifra dos dois primeiros meses de 2020 (US$ 1,06 bilhão), quando ainda não havia pandemia de Covid-19, que foi caracterizada com status pandêmico em 11 de março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mundo- Um relatório produzido pela Airports Council International (ACI) mostrou que o tráfego global de passageiros em 2022 atingiu quase 7 bilhões, representando aumento de 53,5% em relação a 2021 e 73,8% em relação a 2019.
Confira aeroportos mais movimentados do mundo:
• Hartsfield-Jackson Atlanta (Atlanta, EUA): 93,7 milhões de passageiros;
• Dallas Fort Worth (Dallas, EUA): 73 milhões de passageiros;
• Denver (Denver, EUA): 69 milhões de passageiros;
• O’Hare (Chicago, EUA): 68,3 milhões de passageiros; e
• Dubai (Emirados Árabes): 66 milhões de passageiros.
Passagens aéreas mais baratas
Paralela à previsão da Embratur sobre aumento de assentos em voos internacionais com destino ao Brasil, o governo articula um projeto com o objetivo de viabilizar passagens aéreas por R$ 200 por trecho para aposentados, pensionistas, estudantes que utilizam o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e servidores públicos que ganham até R$ 6,8 mil.
O programa está sendo desenvolvido pela Secretaria Nacional de Aviação Civil e, até o momento, o setor aéreo tem se mostrado favorável à proposta. A Gol disse que o setor está se recuperando da maior crise da história e a proposta é “bem-vinda”. A Latam afirma que o projeto requer trabalho em conjunto.
O ministro Márcio França anunciou o projeto até aqui chamado de “Voa, Brasil” durante uma entrevista sem consultar a Casa Civil, o que gerou mal-estar no governo. Em reunião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma bronca nos ministros e reafirmou que qualquer proposta, independentemente da área, deve ter o aval do Palácio do Planalto, antes da divulgação.
Compra de assentos ociosos- Apesar de o ministério não ter detalhado o projeto, França citou possíveis formatações. Inicialmente, o governo federal não deve fornecer nenhum tipo de ajuda financeira ao setor. A ideia é comprar os assentos ociosos nas aeronaves para oferecer os bilhetes durante períodos de menor procura, de fevereiro a junho e de agosto a novembro.
O programa deve funcionar como uma espécie de crédito consignado. Nesse sentido, os bancos estatais, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, seriam uma alternativa para operar o projeto. Assim, essas instituições ofereceriam o financiamento da compra dos bilhetes aéreos. As empresas, então, ficariam encarregadas de abrir mais espaços. Um grupo de trabalho foi montado para avaliar a viabilidade das medidas.
(Com informações Portal R7)
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