Governo poderá usar verba ambiental em Aquário

O governo de Mato Grosso do Sul poderá usar verba ambiental para conclusão do Aquário do Pantanal, em construção no Parque das Nações Indígenas em Campo Grande. A utilização do dinheiro foi liberada por decisão judicial do juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.
O uso da verba já é amparado por lei. Contudo, a norma era constestada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) que tentava barrar e “bloquear” a utilização do dinheiro do Sistema Nacional Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) nas obras. Além de tentar barrar o uso da verba, o MPE queria ainda a devolução de dinheiro do sistema já aplicada na construção, cujo valor é de R$ 27 milhões.
Conforme o MPE, o uso da verba deste sistema contraria legislação federal que estabelece critérios para aplicar recursos de compensação ambiental, destinados prioritariamente à preservação da natureza. Portanto, não podem ser usados na construção do Aquário que é visto como um empreendimento turístico e com fins lucrativos. Porém, o juiz não concordou já que, para ele, a obra servirá à pesquisa ambiental.
Na decisão, o magistrado alegou que somente uma ação direta de constitucionalidade poderia anular a lei – que prevê utilização de recurso ambiental – e jamais uma ação civil pública decidida por um único magistrado. No documento ele ainda afirma que “a discussão acerca dos efeitos concretos da lei, que poderia, eventualmente, excepcionar esse entendimento, é muito complexa para se fazer nesta fase inicial da ação e, mesmo assim, é bom lembrar que as leis possuem uma presunção em favor de sua validade e adequação”.
O juiz observa que o nome Aquário do Pantanal é “popular”, contudo o empreendimento denomina-se Centro de Pesquisa e Divulgação Científica da Biodiversidade de Mato Grosso do Sul, ou seja, trata-se de uma obra concebida para o desenvolvimento científico acerca da biodiversidade do Estado.
A arquitetura foi planejada para favorecer condições ímpares de estudo da biodiversidade pantaneira, existindo a previsão de laboratórios e núcleos de prospecção, “voltados à formação de pessoal qualificado para o atendimento de negócios sustentáveis, trabalhos e estudos preservacionistas da flora e fauna aquática sul-mato-grossense, a pesquisa para preservação da biodiversidade e seu uso sustentável e nas áreas relacionadas a informações moleculares e de interesses biotecnológicos”.
Para o juiz, “o perigo está na demora na conclusão do aquário e não no uso dos recursos que já foram autorizados por lei para que fossem aplicados”.
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) que defendeu o ato do Estado de utilizar recursos da compensação ambiental, depositada em conta específica administrada pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), mencionou que a verba para o Aquário foi aprovada pela Câmara de Compensação Ambiental. Além disso, o governo estadual entende, conforme os autos, que tem poder de decisão sobre suas prioridades, levando em consideração as demandas e planejamentos.
(Com informações da assessoria de imprensa do governo estadual)
Veja Também
TJMS lança campanha de alerta sobre riscos cibernéticos
SES reforça importância da vacina contra coqueluche diante de aumento de casos no país
Acumulada, Mega-Sena pagará prêmio de R$ 61 milhões no próximo sorteio
