Geriatra chama atenção para aumento de casos de HIV em idosos
A falta de campanhas de prevenção direcionadas a idosos é apontada como uma das razões para o aumento dos casos


Neste domingo, 1º de dezembro, foi celebrado o Dia Mundial de Combate à Aids, com a campanha do Dezembro Vermelho, mobilização nacional que ocorre desde 2017. Este mês tem como objetivo destacar a importância da prevenção, assistência e proteção dos direitos das pessoas vivendo com HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. Em diversas capitais, houve mobilizações e ações de conscientização e prevenção.
De acordo com o Boletim Epidemiológico sobre HIV/AIDS do Ministério da Saúde, o número de idosos diagnosticados com o vírus quadruplicou entre 2011 e 2021. O geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Marco Túlio Cintra, atribui esse aumento à falta de campanhas direcionadas a esse público, além de ressaltar que a subnotificação é um fator importante, pois muitos idosos não são testados. Em entrevista ao programa Tarde Nacional da Amazônia, Cintra revelou que, muitas vezes, quando o idoso apresenta sintomas como emagrecimento acentuado, médicos investigam câncer, sem considerar o HIV. Para o especialista, é crucial que os profissionais de saúde solicitem a testagem para HIV, pois o diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento.
Cintra explica que o aumento do número de casos em idosos se deve a vários fatores, como a falta de testagem adequada e a ausência de campanhas de prevenção voltadas para essa faixa etária. Além disso, ele destaca que muitos médicos não consideram o HIV como hipótese para diagnóstico em idosos, o que contribui para o diagnóstico tardio, quando a doença já está em estágio mais avançado. A falta de campanhas de prevenção direcionadas a idosos também é apontada como uma das razões para o aumento dos casos, já que essa população não recebe as informações necessárias para se proteger.
Ele também alerta que o HIV é particularmente preocupante para idosos, pois muitas vezes eles já apresentam outras doenças e têm um sistema imunológico enfraquecido. Isso pode complicar o tratamento, especialmente quando há interações medicamentosas com os diversos remédios que os idosos costumam tomar.
Cintra ainda menciona a resistência ao uso de preservativo entre os idosos, especialmente no público masculino, destacando que muitos não imaginam que estão se expondo ao HIV. As campanhas de prevenção muitas vezes não consideram o comportamento de risco dos idosos, que podem ser sexualmente ativos e, portanto, vulneráveis ao HIV.
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