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Funcionários tercerizados da UFMS denunciam atrasos no pagamento de salários e benefícios

Cerca de 30 profissionais terceirizados sofrem consequencias de atrasos de pagamentos, benefícios e até rescisão

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Victória de Oliveira
Terceirizados denunciam atraso de pagamento - (Foto: Marco Miatelo/Arquivo)

“Tem gente que dependia somente daquela renda. Para quem tem outro emprego, até dá para segurar as pontas. Mas e quem não tem?”. É assim que um ex-funcionário terceirizado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que optou por não ser identificado, descreve a situação de cerca de 30 profissionais da Agência de Comunicação Social e Científica (Agecom), que estão com salários e benefícios atrasados há três meses.

Os funcionários terceirizados são contratados pela RDJ Assessoria e Gestão Empresarial Eireli Brasil Service, uma empresa de Brasília que, inclusive, era responsável pela terceirização da Universidade de Brasília (UNB). Três funcionários conversaram com a reportagem do Diário Digital e explicaram que a situação salarial começou a desandar ainda em janeiro. 

Nos quatro primeiros meses do ano, os terceirizados da Agecom ficaram com salários atrasados. “Só pagaram porque a gente deixou de trabalhar. Então, não queria comprometer o funcionamento da Agência de Comunicação”, declara o primeiro profissional, que abriu essa reportagem. Em maio, não receberam mais benefícios, como, por exemplo, vale-refeição, assim como também não receberam os salários.

Conforme relato de outro funcionário, representantes da Agecom garantiram, em reunião com os terceirizados, que a situação seria regularizada. Ele explica que foi contratado temporariamente para cobrir férias e, posteriormente, efetivado. Porém, relata que, ainda, não recebeu pela contratação temporária, além de estar com os salários de maio e junho, quando houve a rescisão do contrato, em atraso. “Inclusive, não recebemos o nosso acerto. Estamos na espera. Prometeram [a regularização dos pagamentos] em reunião, que a UFMS, juntamente com a RDJ, iria sanar todos esses problemas”, relembra.

Ainda, de acordo com os funcionários, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul insistiu que outra empresa terceirizada seria licitada para Agecom, de modo a regularizarem os pagamentos. E realmente o processo ocorreu. Em 09 de junho deste ano, a Pró-Reitoria de Administração e Infraestrutura (Proadi) da UFMS publicou pregão de contratação de empresa especializada para prestação de serviços de apoio técnico e operacional com dedicação exclusiva de mão de obra para a Agência de Comunicação Social e Científica e para o Programa de Assistência à Saúde da Diretoria de Atenção ao Servidor da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (PAS/UFMS).

Conforme o pregão, a vigência do contrato será de um ano, podendo ser prorrogada por até 60 meses, e serão destinados R$ 6.545.323,20 para contratação de empresa especializada. Até o momento, mais informações referentes ao processo ainda não foram divulgadas.

Quem é a RDJ - Conforme apurado pelo DD, a RDJ é uma empresa de assessoria e gestão empresarial responsável pela contratação, gerenciamento e pagamento de servidores terceirizados da UFMS. A atuação da empresa privada é sob funcionários da Agecom, com licitação de R$ 2.739.211,56 , e de profissionais da saúde, “serviços de autoria médica, de enfermagem e de perícia odontológica ao Programa de Assistência à Saúde (PAS/UMFS)”, conforme aponta contrato disponível no Portal da Transparência, com contrato de R$ 886.375,92.

Os funcionários da UFMS mencionaram que o pagamento era feito normalmente até dezembro de 2021. Após isso, os atrasos iniciaram. Em publicação de site intitulado ‘Causa Operária’,  terceirizados da UNB, que também é atendida pela RDJ, menciona que a assessoria “está torturando seus trabalhadores", uma vez que os profissionais não recebiam o salário desde 5 de março de 2022.

Outro lado - A reportagem do Diário Digital tentou contato com a UFMS na manhã desta segunda-feira, 18 de julho, porém até a publicação deste material não obteve retorno quanto a situação. Seguimos à disposição para ouvir o lado da universidade quanto ao atraso de pagamento do salário e benefício dos terceirizados.

 

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