Fizemos tudo com lisura, diz presidente da Fiems
O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) Sérgio Longen concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 19 de fevereiro, para prestar esclarecimentos sobre ação da Polícia Federal (PF) no prédio da entidade e em endereços de sua propriedade. A Operação Fantoche recolheu um pendrive e documentos sobre projetos executados pela entidade entre 2010 e 2014. A suspeita investigada na operação é de fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Conforme Longen, no período investigado foram executados pela entidade 11 projetos, todos devidamente licitados e auditados por órgãos de controle. “Da nossa parte tudo foi feito com lisura”, mencionou durante entrevista à imprensa. A operação foi desencadeada nacionalmente e prendeu 10 pessoas, entre as quais o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. As prisões foram autorizadas pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco. A investigação mira convênios de entidades privadas com o Sistema S.
De acordo com a PF, um grupo criminoso atua desde 2002 e pode ter movimentado mais de R$ 400 milhões. O dinheiro era movimentado por meio de contratos e convênios que entidades de direito privado, sem fins lucrativos, assinavam com o Ministério do Turismo e com unidades do Sistema S. A maior parte dos contratos previa a execução de eventos culturais e de publicidade. Porém, eram superfaturados e não eram integralmente executados. Os valores eram desviados para empresas controladas por uma família, que articulava o esquema.
Conforme Longen, os 11 projetos executados em MS seguiram os ritos legais e foram completamente executados, alcançando várias cidades do Estado e milhares de pessoas. Ele citou os projetos alvos da operação desta terça-feira que tiveram documentos levados pela PF, são eles: quatro "Cine Sesi" realizado em 60 municípios e que beneficiou 198 mil pessoas; dois "Na Ponta da Língua", sobre a revisão ortográfica, realizado em duas etapas, na primeira em 46 cidades e, na segunda, em 37; "Festival Internacional de Teatro de Objetos (Fito)" com público de 44,5 mil pessoas na Capital; "Fábrica Verde", com distribuição em 20 cidades de 89,4 mil cartilhas sobre a fauna pantaneira; "Em Nome da Cidade", que trata da origem dos nomes dos municípios e foi executado em 20 cidades; dois projetos do "Arte no Canteiro", executado em 13 cidades de MS.
“Os 11 projetos foram executados por 13 empresas. Houve licitação em todos os casos. Todos os projetos foram alvo de auditoria do departamento nacional que foi quem repassou os recursos e também do TCE e TCU”, detalhou o presidente da entidade. “100% dos 11 projetos foram licitados e executados na totalidade. Não tenho conhecimento de distorções. Todos foram auditados e aprovados pelo TCU”, reiterou.
Conforme Longen, a PF recolheu um pendrive e documentos que tratam das licitações, execuções e auditorias dos projetos. Os mesmos documentos também já foram reencaminhados ao TCU, segundo o presidente da Fiems.
Questionado pela imprensa, Longen afirmou desconhecer os motivos pelos quais policiais federais estiveram em um antigo apartamento dele em Campo Grande. Segundo, ele o imóvel pertence a sua ex-esposa, mas está alugado a um terceiro há mais de um ano. O presidente da Fiems disse ainda que está à disposição da PF e dos órgãos de controle para prestar esclarecimentos.
Prisões – Além de Robson Andrade (presidente da CNI), também estão entre os presos na operação desta terça-feira, os presidentes das federações das Indústrias de Alagoas (Fiea), José Carlos Lyra de Andrade, da Paraíba (Fiep), Francisco de Assis Benevides Gadelha,e de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger. Os outros seis detidos não tiveram os nomes divulgados.
Além dos 10 mandados de prisão temporária, 40 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, da Paraíba, de Mato Grosso do Sul e Alagoas e no Distrito Federal.
Em nota, o Ministério do Turismo informou que já tinha determinado uma auditoria completa em todos os instrumentos de repasse antes mesmo de tomar conhecimento da investigação da PF. A auditagem resultou no cancelamento de um contrato no valor de R$ 1 milhão.
“O Ministério do Turismo, que não é alvo das buscas e apreensões da Operação Fantoche, está totalmente à disposição para colaborar com a investigação”, diz a pasta, destacando não ter firmado nenhum novo convênio este ano. “Todos os convênios investigados pela Polícia Federal são das gestões dos presidentes petistas Lula e Dilma Rousseff”, diz o texto.
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