Em cinco meses, Santa Casa atendeu cerca de 125 pacientes vítimas de queimaduras
A faixa etária mais afetada está entre 31 e 60 anos, seguida pelo público de 21 a 30 anos


A Sociedade Brasileira de Queimaduras dedica o mês de junho à conscientização sobre prevenção de acidentes envolvendo queimaduras de fogo, eletricidade, produtos químicos e líquidos quentes. Na Santa Casa, referência no atendimento a pacientes feridos, o setor de queimados, coordenado pelo médico Dr. Felipe Resende, registrou, de janeiro a maio deste ano, a internação de 125 pacientes com queimaduras. No mesmo período de 2024, esse número foi de 191. Apesar da redução, a campanha segue fundamental para alertar a população.
Dados do hospital indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, 353 pessoas deram entrada no pronto-socorro com algum tipo de queimadura. De acordo com o Dr. Felipe Resende, muitos desses casos ocorrem por falta de atenção. "Muitas vezes, as pessoas subestimam os riscos do fogo. Um dos exemplos preocupantes é a alta incidência de queimaduras causadas pelo acendimento de churrasqueiras para bife na chapa, uma prática cultural no estado. O uso de álcool líquido, que se espalha rapidamente com o vento, torna-se imprevisível e perigoso", explica o especialista.
O maior índice de queimaduras registrado no hospital é provocado por líquidos superaquecidos, um tipo de acidente diferente das queimaduras causadas por combustíveis. "Queimaduras por líquidos superaquecidos envolvem água fervente ou óleo e são térmicas, resultado da transferência de calor do líquido para o corpo. Já as queimaduras por combustíveis, como gasolina ou álcool, podem ser térmicas ou químicas, dependendo da forma de contato com a pele", esclarece o médico.
Homens são as principais vítimas desses incidentes. A faixa etária mais afetada está entre 31 e 60 anos, seguida pelo público de 21 a 30 anos. O terceiro tipo mais comum de queimadura é causado por exposição direta à chama, proveniente de fogo ou gás. A gravidade das queimaduras é classificada conforme profundidade e extensão, medida pelo percentual da superfície corporal atingida. Esses acidentes podem comprometer tecidos de revestimento do corpo, resultando em destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo alcançar camadas mais profundas, como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos.
Para reduzir os riscos, especialistas recomendam manter crianças afastadas de fogões, ferros de passar, líquidos quentes e outras fontes de calor. Além disso, é essencial adotar precauções na manipulação de álcool e querosene, evitar exposição prolongada ao sol sem proteção e utilizar roupas leves para minimizar o impacto dos raios solares na pele.
"Todo cuidado é essencial. Em caso de queimadura, o ideal é resfriar o local com água corrente em temperatura ambiente e buscar assistência médica o mais rápido possível. Nunca aplique gelo, manteiga ou qualquer produto na área afetada, nem tente remover roupas grudadas na pele", finaliza o Dr. Felipe Resende.
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