Em busca dos direitos de seus filhos, mães atípicas fazem protesto em frente à prefeitura
Ação ocorreu nesta sexta-feira após famílias acusarem a prefeitura de não repassar benefícios e auxílio às crianças e adolescentes atípicos da capital.
O protesto ocorreu na manhã desta sexta-feira em Campo Grande, em frente à prefeitura municipal, com o objetivo de buscar respostas à falta de medicamentos e materiais de uso contínuo de crianças e adolescentes com deficiência.
A dona de casa Leila Servim, de 43 anos, diz sobre as dificuldades que ela e outras mães têm enfrentado por conta da falta de materiais que são de necessidades básicas das crianças.
“Temos uma liminar que a prefeitura deveria cumprir, mas não cumpre. Meu filho precisa de uma dieta especial por meio de gastrostomia, mas não tem o frasco, nem o equipamento necessário. Quando aparece a dieta, falta o frasco. E quando tem fralda, é de péssima qualidade, assando a criança, não tem remédio para convulsão, e nunca tem nada.
Leila fala também que, quando consegue encontrar algum suprimento, ele nunca é adequado para as necessidades de seu filho e que essa é uma situação recorrente entre as mães.
O vereador Jean Ferreira enfatizou a parceria entre políticos e mães de crianças com necessidades especiais na luta contra a falta de repasses essenciais da prefeitura de Campo Grande. Ele destacou a grave situação que persiste há mais de dois anos e a falta de empatia da prefeita Adriana Lopes.
Jean também criticou a postura da prefeita e se posicionou ao lado das mães. “Nós, como legisladores e fiscais, precisamos estar ao lado de quem mais precisa.” Essas mulheres são as que pagam os impostos e, por conseguinte, o salário da prefeita. Se não nos unirmos por elas, quem o fará?”, questionou.
A vereadora Luiza Ribeiro denunciou os atrasos contínuos nos repasses para mães de crianças com deficiência em Campo Grande, uma situação que já perdura há mais de dois anos.
A vereadora destacou que, enquanto a prefeitura compra materiais em outras áreas, os repasses destinados a medicamentos e suprimentos essenciais são sistematicamente atrasados. “É inaceitável que quem mais precisa, quem depende desses recursos para a sobrevivência, seja negligenciado dessa forma”, diz a vereadora.
A deputada Camila Jara, em entrevista, disse que, após dois anos de tentativas de diálogo e diversas reuniões, incluindo encontros com a vereadora Luiza Ribeiro, o superintendente do Ministério da Saúde e o deputado federal Geraldo Rezende, a situação continua sem solução. Como resposta à má gestão dos recursos, a deputada anunciou que o caso será levado ao Ministério Público Federal. “Vamos reunir toda a documentação e as denúncias para denunciar a má gestão dos recursos públicos em Campo Grande”, concluiu.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura municipal de Campo Grande, mas até o fechamento da matéria não obteve resposta.
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