Dupla que matou adolescente em lava-jato encara júri seis anos após crime
Vítima foi morta após Thiago e Willian introduzirem mangueira de ar no ânus dele; julgamento será 30 de março
Encaram o júri popular na próxima semana os dois acusados de matarem o adolescente Wesner Moreira da Silva, de 17 anos, em lava-jato da avenida Interlagos, em Campo Grande (MS). O julgamento acontece seis anos após o crime, ocorrido em 03 de fevereiro de 2017. Thiago Giovanni Demarco Sena, de 26 anos, e Willian Enrique Larrea, de 36 anos, introduziram mangueira de ar no ânus do adolescente, o que provocou lesões nos órgãos internos da vítima.
Conforme denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), assinada pelo promotor de Justiça José Arturo Iunes Bobadilla Garcia, Thiago e Willian agiram assumindo o risco de matar. A dupla inseriu uma mangueira de ar no ânus de Wesner, resultando em ferimentos “que foram a causa eficiente de sua morte".
As investigações da Polícia Civil apontam que no dia dos fatos, a vítima, que trabalhava no lava-jato, pediu a Willian que comprasse refrigerante para consumirem juntos, em tom de brincadeira. Willian reclamou do pedido e passou a bater em Wesner com pano de limpar os carros, “também de maneira lúdica”, aponta a denúncia do MPMS.
Wesner, então, pediu para que o proprietário do lava-jato parasse com a brincadeira. Como Willian não atendeu, a vítima correu para longe dele. O proprietário correu atrás de Wesner, o imobilizou e carregou a vítima por cima dos ombros até onde Thiago estava.
Thiago pegou a mangueira de ar, retirou a bermuda e cueca da vítima e a introduziu no ânus de Wesner. O adolescente passou mal e vomitou. A vítima foi socorrida até o Centro Regional de Saúde (CRS) do Tiradentes e encaminhada até a Santa Casa, onde passou por procedimentos cirúrgicos.
Após 13 dias internado, o adolescente não resistiu aos ferimentos e foi a óbito, em 14 de fevereiro. O Inquérito Policial descreve que o menino teve ruptura do esôfago. O parecer do Ministério Público Estadual descreve, ainda, que Willian e Thiago se aproveitaram da vantagem física sob a vítima e cometeram o crime.
Julgamento - No penúltimo dia do mês, em 30 de março, a dupla encara o 1º Plenário do Tribunal do Júri. Nem Thiago nem Willian chegaram a ser presos pelo crime. A Polícia Civil chegou a pedir a prisão preventiva dos acusados, que foi negada pelo juiz Carlos Alberto Garcete.
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