Dia Mundial do Refugiado é celebrado hoje
Refugiados migrantes alcançou, a marca de 110 milhões, impulsionado pela guerra na Ucrânia e outros conflitos violentos
Nesta terça-feira, 20 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Refugiado, a data internacional designada pelas Nações Unidas é para lembrar da existência de milhões de pessoas ao redor do mundo que abandonaram suas casas, seus países, muitas vezes para escapar de conflitos, violência, violações de direitos humanos ou perseguições.
Josette Ferreira do Fraternidade Sem Fronteiras comentou sobre a importância da data. "O Dia Mundial do Refugiado é importante para lembrarmos de milhões de pessoas que deixam seus lares para escapar de conflitos e violências. Além de repensarmos as políticas públicas que temos para acolhimento desses refugiados".
A Fraternidade sem Fronteiras é uma Organização humanitária e Não-Governamental, com sede em Campo Grande (MS) e atuação brasileira e internacional, com atuação em oito países. A instituição possui 74 polos de trabalho.
Com relação as dificuldades dos refugiados, Josette contou que é relacionado a integração dessas pessoas na sociedade. "O trabalho é desafiador, pois lida com as dores humanas. Uma das maiores dificuldades é conseguir integrar o refugiado na sociedade, com emprego digno, respeitando a sua cultura".
Rosa Angélica saiu da Venezuela há cinco anos e veio para Mato Grosso do Sul. Inicialmente, ela morou em Boa Vista. Ela falou que trabalhava na Venezuela, mas chegou um momento em que o salário não sustentava mais. "Eu ficava por minha conta na Venezuela, trabalhava, mas teve um dia que não consegui trabalhar mais, porque o salario não dava".
"Eu sofri muito, Eu tenho três filhos e cinco netos. Era eu que ajudava minha filha para comprar a comida, fralda, essas coisas. Mas chegou um momento em que não conseguia nem para comprar comida nem para comprar fralda. Eu tinha que pegar um só produto e eu fiquei orando e orando porque foi muito ruim" explicou Rosa.
Deixar sua casa e família não foi fácil, mas depois de procurar um Consulado em Boa Vista ela afirmou ser muito agradecida. "Na verdade foi muito ruim para mim, porque não foi fácil deixar minha casa, meu lugar, minha família. Mas desde que Mato Grosso do Sul me abriu as portas, ou melhor, que o Brasil me abriu as portas, para mim foi uma benção porque eu fiquei agradecida. Com medo, mas muito agradecida com Deus e com todas as pessoas do Brasil. Me ajudaram muito".
Atualmente, Rosa trabalha em um supermercado na Capital já vai fazer dois anos, mas antes do acolhimento ela recolhia latinhas na rua. Para ela, "o Brasil é o máximo, o melhor" e ela não se arrepende de ter vindo para cá.
De acordo com os dados da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), o número de refugiados migrantes alcançou, a marca de 110 milhões, impulsionado pela guerra na Ucrânia e outros conflitos violentos. O número de pessoas forçadas a se deslocar no mundo chegou, no final de 2022, a 108,4 milhões, um aumento de 19,1 milhões em relação ao ano anterior, o maior aumento já registrado. O deslocamento forçado global não mostrou sinais de desaceleração em 2023 com a eclosão do conflito no Sudão, que desencadeou novos fluxos de saída, elevando o total global para uma estimativa de 110 milhões até maio.
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