Dia Internacional da Enfermagem é marcado por relatos de grandes profissionais de CG
"Enfermagem é ser um pouco de médico, psicólogo, amigo e principalmente ser humano"


Nesta quarta-feira, 12 de Maio, é celebrado o Dia Internacional da Enfermagem. A data é uma justa homenagem a Florence Nigtingale (1820-1910), nascida neste mesmo dia, há exatos 200 anos. Florence foi uma britânica que revolucionou a profissão e que ainda é lembrada por todos profissionais da área. Em alusão ao dia comemorativo e ao que o mundo está vivenciando durante a pandemia do coronavírus, a equipe do jornal Diário Digital conversou com alguns enfermeiros de Campo Grande (MS).
De acordo com a atualização desta manhã (12) do programa Prosseguir, Mato Grosso do Sul está com duas cidades com a bandeira cinza, 32 com a vermelha, 44 em laranja e uma em amarela. Analisando esses dados é possível compreender que o vírus ainda continua sendo uma iminente ameaça aos sul-mato-grossenses. Em meio a essa tensão, o técnico de enfermagem e também enfermeiro, Roberto Adão da Silva Neto de 32 anos, relata como foi trabalhar no CTI de covid-19.
Roberto escolheu a enfermagem como profissão, pois, sua mãe trabalhava como copeira em um hospital e, quando chegava em casa, contava os acontecimentos da unidade de saúde e isso o encantava. "Quando cresci fiz o curso de técnico de enfermagem e foi amor a primeira vista. Em 2015, consegui uma bolsa para cursar enfermagem. A data de hoje é um marco importante para todos os profissionais. Durante a pandemia, pude trabalhar como técnico no CTI de covid-19 e, pude sentir o desespero de pensar perder alguém. Infelizmente, os trabalhadores estão cansados fisicamente e psicologicamente", desabafa.
"Com todos os reconhecimentos na área de saúde, nossa profissão ainda é muito desvalorizada. Nossa luta no congresso é pelas 30 horas e por um piso salarial digno. Mas, ainda assim, quando recebemos o carinho e o agradecimento dos pacientes que saem de alta com um sorriso no rosto é muito satisfatório. Sempre digo que ser da área de enfermagem é ser um pouco de tudo, um pouco médico, um pouco psicólogo, um pouco amigo e principalmente, ser muito humano", pontuou Roberto Silva.

(Foto: Arquivo Pessoal)
Para a enfermeira, Ariane Ferreira de Castro de 31 anos, a escolha pela profissão foi algo que sempre admirou. Há 10 anos, ela trabalha cuidando, salvando vidas e restabelecendo a saúde de cada paciente. "Desde o começo da pandemia, trabalho na linha de frente. A experiência tem sido exaustiva e ao mesmo tempo desafiadora", disse.
"Eu diria a população que o trabalho do enfermeiro é primordial para renovar a saúde e desenvolver a sociedade da melhor forma possível. A enfermagem é um cargo gratificante e de muita realização pessoal, pois, saber que você pode contribuir para a melhora de alguém, é gratificante. Porém, não podemos esquecer que é preciso muito dedicação e foco e, com o amor, tudo isso é recompensado". ressalta. Atualmente, Ariane Castro trabalha no CTI do Hospital Regional do Mato Grosso do Sul e no CTI do Hospital Cassems.
(Foto: Arquivo Pessoal)
Além dos profissionais formados, a reportagem também conversou com a acadêmica do último ano de Enfermagem da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Gabrielli de Almeida Rodrigues de 21 anos, diz que a enfermagem lhe escolheu. "Desde pequena gosto de cuidar das pessoas próximas e, depois que comecei a estudar e me aprofundar no assunto na faculdade, me senti realizada. Hoje, quando eu acordo, a primeira coisa que eu peço é que dê tudo certo na faculdade para que eu possa comemorar minha formação e trabalhar muito".
Gabrielli não teve ainda a oportunidade de estagiar em hospitais ou na linha de frente durante à pandemia da covid-19, pois, trabalha para garantir a bolsa da faculdade. Mas, afirma que aproveita as vivências nos projetos de extensão e nos estágios obrigatórios. "Nessa reta final, estou tendo um contato mais próximo com a profissão,com cada paciente. Não é algo fácil, mas diariamente estamos lutando para que a nossa profissão seja reconhecida e também contra esse vírus", acrescentou a acadêmica.
(Foto: Arquivo Pessoal)
O número de profissionais de enfermagem mortos por Covid-19 apresentou queda significativa, após alta associada à segunda onda da pandemia. Os dados registrados pelo Observatório da Enfermagem , no mês de abril revelam o efeito da vacinação, na avaliação do Comitê Gestor da Crise (CGC/Cofen).
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