Detentas vão confeccionar materiais para o Projeto Padrinho
Parceria firmada entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a Energisa, na última sexta-feira (15.2), possibilitará que reeducandas da capital confeccionem aventais, pastas, materiais e vestimentas, a partir da reciclagem de uniformes e objetos utilizados pela empresa de energia.
As peças serão feitas na oficina de costura do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” e comercializadas pela Energisa. Conforme o convênio, o dinheiro arrecadado com as vendas será revertido em prol de crianças atendidas pelo Projeto Padrinho do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Como contrapartida pelo trabalho, a unidade prisional também irá ser beneficiada com o projeto de eficiência energética, visando a diminuição nos gastos com energia elétrica.
“A intenção da parceria é possibilitar ocupação produtiva às reeducandas, que terão remição na pena, e beneficiar as crianças assistidas pelo projeto, ao mesmo tempo, em que tem esse apelo ambiental da reciclagem e proporciona melhorias estruturais para o presídio”, destacou o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves.
O diretor-presidente da Energisa, Marcelo Vinhaes Monteiro, ressaltou que a empresa existe há 113 anos e atua em todas as regiões do país sempre com essa preocupação de integração com a sociedade e contribuir de alguma forma com o desenvolvimento social. “Temos diversas iniciativas culturais e sociais em andamento e este, sem dúvida, será o primeiro de inúmeros outros projetos com a Agepen”, comemorou.
A ação foi idealizada pelo agente penitenciário Vinícius Saraiva juntamente com o responsável pelo almoxarifado da Energisa Waldemar Borges, após constatarem o grande volume de uniformes utilizados por funcionários da empresa que eram descartados, uma média de 8 mil kits por ano, entre calças e camisetas.
Segundo Vinícius, o Projeto Padrinho foi beneficiado com brinquedos feitos por detentos da Penitenciária de Segurança Máxima, a partir daí verificou-se outras possibilidades de o sistema penitenciário contribuir ainda mais.
“Nos reunimos e verificamos que o descarte era um problema para a Energisa, conversamos com o presídio feminino, onde já existe um setor específico na área de costura, que abraçou a ideia”, informou o agente penitenciário.
Segundo a diretora do presídio, Mari Jane Boleto Carrilho, possibilitar ocupação produtiva para as internas ao mesmo tempo em que utiliza essa mão de obra prisional em prol de quem mais precisa, é sempre bem recebido pelas reeducandas. “Todos os trabalhos que são confiados a elas sempre executam com muita dedicação e amor”, afirmou a diretora.
Conforme a analista judiciária do Tribunal de Justiça e coordenadora do Projeto Padrinho, Andrea Espíndola Alvarenga Cardozo, atualmente existem 11 abrigos em Campo Grande que acolhem integralmente cerca de 170 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. “Muitas crianças acolhidas são filhos dos próprios detentos, então esse projeto vai unir as duas extremidades, porque o trabalho dentro do presídio vai contribuir na manutenção dessas crianças nos abrigos, seja com produtos de higiene pessoal, fraldas ou leite”, comentou, agradecendo o apoio da agência penitenciária, que já vem doando brinquedos em madeira e crochê para as crianças. "Graças a essa doação, já conseguimos equipar uma brinquedoteca completa em uma das instituições".
Durante a reunião, o diretor-presidente da Agepen enfatizou que parcerias como essa, aliada ao empenho dos servidores penitenciários, contribuem para o desenvolvimento de um trabalho consolidado em prol da ressocialização dos apenados e em benefício direto à sociedade. "E este convênio firmado com a Energisa abre oportunidade para desenvolver novos projetos", declarou.
Também participaram do encontro o diretor de Administração e Finanças da Agepen, Arnold Rosenacker; o chefe de Gabinete, Pedro Carrilho de Arantes; a chefe da Divisão de Trabalho, Elaine Cecci; e o secretário-adjunto de Administração Penitenciária de Mato Grosso, Emanoel Flores, que estava em visita ao estado para conhecer projetos da Agepen no regime semiaberto.
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