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Descoberta desafia teoria sobre extinção da megafauna no Brasil

Fósseis analisados por pesquisadores brasileiros indicam que mamíferos gigantes sobreviveram até 3.500 anos atrás, alterando cronologia aceita há décadas

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Redação
(Foto: Arquivos dos pesquisadores e paleoarte de Samuel Vilasboas Pereira)

Um estudo publicado na Revista Sul-Americana de Ciências da Terra revelou que mamíferos da megafauna viveram no Brasil até cerca de 3.500 anos atrás, desafiando a hipótese predominante de que esses animais foram extintos ao final do Pleistoceno, há aproximadamente 12 mil anos. A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e do Museu de Pré-História de Itapipoca (Muphi), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A descoberta foi baseada em datações de carbono 14 realizadas no Laboratório de Radiocarbono da Universidade Federal Fluminense (UFF). O material analisado incluiu fósseis de preguiças gigantes, tigres-dentes-de-sabre, toxodontes e mastodontes encontrados no Rio Miranda, no Mato Grosso do Sul, e no sítio paleontológico do Jirau, no Ceará. Os resultados indicaram idades que variam de 3.500 a 7.900 anos, alterando a cronologia aceita para a extinção desses animais na América do Sul.

Segundo os pesquisadores, a nova datação contribui para uma revisão das hipóteses sobre a extinção da megafauna, contrapondo teorias como a Overkill e Blitzkrieg, que sugeriam a caça como principal fator do desaparecimento dessas espécies. Os dados reforçam a influência de mudanças climáticas e ambientais ocorridas no Holoceno como fatores determinantes para o declínio gradual desses animais.

Além da relevância paleontológica, os resultados do estudo podem contribuir para pesquisas sobre a conservação da biodiversidade atual. Os cientistas destacam a importância de parcerias institucionais no desenvolvimento da pesquisa e reforçam o papel da ciência nacional na produção de conhecimento sobre a evolução da fauna no Brasil.

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