Cultivada por detentos, Horta da Esperança doará alimentos a entidades
Espaço de cerca de três hectares terá metade de sua produção vendida e a outra metade doada


A Horta da Esperança no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira – presídio de regime semiaberto de Campo Grande foi inaugurada na semana passada. Além de promover a ressocialização dos presos, o espaço de cerca de três hectares terá metade de sua produção vendida e a outra metade doada para escolas públicas e entidades beneficentes.
A iniciativa do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, por meio da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, tem o apoio de diversos parceiros como a Agepen/MS, empresas e a Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), que disponibilizou a equipe técnica do Senar, com profissionais presentes na capacitação e orientação da produção desde a preparação do solo, manejo, cultivo e rotatividade no plantio.
O local já produziu 10 toneladas de hortaliças, legumes e frutas que foram vendidos para a empresa fornecedora das refeições ao presídio. Cerca de duas toneladas de alimentos já foram doados para as escolas reformas pelo projeto ‘Revitalizando a Educação com Liberdade’ e gradativamente chegarão a entidades beneficentes.

Toda a estrutura da horta foi construída com dinheiro arrecadado com o desconto de 10% do salário dos presos que trabalham na Capital. Com relação a equipe que cuida da horta, esta é atualmente composta por oito internos da Gameleira.
De acordo com o juiz Albino Coimbra Neto, idealizador do projeto, por meio do trabalho é possível para os reeducando aproveitar esse período em que estão presos para que sejam úteis a sociedade. “Metade do que é produzido será doado para as escolas públicas da Capital, como já se faz com a Padaria da Liberdade, que funciona no presídio e destina metade de sua produção, ou seja, 1.200 pães por dia, para entidades assistenciais e hospitais. Uma iniciativa que já doou mais de 400 mil pães”.
O intuito do juiz, que é corregedor do presídio, é transformar o Centro Penal Agroindustrial da Gameleira em uma unidade penal doadora de alimentos. A já existente doação de pães ganha força agora com a horta, que terá produção o ano inteiro de legumes, verduras e frutas destinados à doação para a população carente de Campo Grande.
Ressalte-se que o interno que trabalha na horta recebe um salário mínimo e remissão de pena a cada três dias de trabalho, além da experiência em uma nova profissão que, com a capacitação do Senar, permitirá futuramente, quando retornar ao convívio social, ser uma oportunidade de recomeço, a exemplo de egressos da Gameleira que, após o cumprimento da pena, foram efetivados, com carteira assinada, nas empresas e instituições as quais prestaram trabalho prisional.
O presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, explicou que a equipe do Senar destinada a dar assistência técnica na Horta da Esperança está atuando desde a primeira fase de implantação projeto, com a correção do solo antes mesmo dos primeiros plantios, e, a partir de estudos, está direcionando quais variedades são plantadas no local e também o escalonamento da produção.
“Estamos compartilhando nossa experiência com os internos que estão aprendendo uma nova função, para que, quando eles saírem, possam ter uma nova visão e consigam conquistar uma vida melhor. Desde a primeira conversa com o juiz Albino, quando ele apresentou a ideia, nos prontificamos a ser parceiro. Acredito que a mudança ocorre quando as instituições se unem para fazer melhor a vida do cidadão que precisa mudar de situação e é isso que estamos fazendo aqui”, afirmou Bertoni.
Acompanhando também a inauguração da Horta da Esperança o Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques, coordenador da COVEP/GFM/MS; a promotora Jiskia Sandri Trentin, os defensores públicos Cahuê Duarte e Urdiales e Thales Chalub Serqueira, o presidente do Conselho da Comunidade de Campo Grande, Nereu Rios, entre outros convidados que foram recepcionados pelo diretor do presídio semiaberto da Gameleira, Adiel Rodrigues Barbosa e equipe
Veja Também
Endometriose: conheça os sintomas e saiba como tratar a doença
Três Lagoas emite gratuitamente carteirinha para pessoas com autismo
Prefeitura de Três Lagoas remove bancos vandalizados na Avenida Filinto Muller
Parque Antenor Martins recebe 1ª Festa da Páscoa com pesca liberada