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Criada em MS, indígena luta para salvar a natureza

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Redação

Uma heroína indígena está prestes a começar uma saga para proteger o meio ambiente. Potira é uma personagem criada em Campo Grande (MS) e que pretende alcançar o mundo levando conscientização ambiental e as tradições dos índios através da literatura. O livro ‘A Guerreira Potira’ está sendo concebido pela dupla Bianca Resende e Marina Torrecilha, respectivamente escritora e ilustradora da obra.

A publicação é voltada para o público infanto-juvenil e deve ficar pronta no segundo semestre. Contudo, antes mesmo da estreia no mundo literário, a personagem Potira já tem fãs. Em seu perfil no Instagram, ela ganha mais seguidores a cada dia. Alguns são indígenas e ativistas ansiosos por detalhes das histórias da heroína, que serão contadas em uma triologia.

Conforme as autoras, a aventura que começa no Rio Araguaia, desbrava a mata do Centro-Oeste e transforma o destino de Potira, a “guerreira indígena dos castanhais.”  “A história da Potira tem muitos significados para nós. Queremos fazer a representação da mulher indígena e da cultura do índio. Potira é a essência da mulher forte que sobrevive e resiste a um mundo de dificuldades. Com ela, estamos valorizando heróis brasileiros, sem ter que recorrer a personagens americanos”, detalha a ilustradora Marina Torrecilha.

Segundo Marina, Potira já existe na tradição oral. Fala-se que ela sofreu a perda de um grande amor, que morreu em batalha, e chorou lágrimas de diamante. Porém, na trilogia produzida na Capital, a índia ganha novos contornos e histórias de aventuras, nas quais se arrisca para salvar o meio ambiente nas florestas do Cerrado.

A personagem se depara com a derrubada de castanheiras e embarca em uma saga dentro da mata brasileira para impedir o desmatamento. Ela é acompanhada por seres mágicos, todos catalogados no livro “Compêndio Seres da Mata - um olhar informal sobre o folclore brasileiro”, do escritor Hélio Guedes.

O livro está sendo confeccionado no ateliê de Marina, na Galeria Dona Neta, no Centro de Campo Grande. A ilustradora se debruçou longamente em pesquisas para ser fiel às cores e formas do Cerrado. O resultado é um recheio de traços delicados e cores fortes que convidam às próximas páginas.

Segundo ela, o livro foi planejado para fazer as crianças pensarem e ganharem consciência sobre a questão ambiental e os povos indígenas. Dessa forma, a obra tem referências positivas sobre os índios e sua relação com a natureza. “O pensamento do índio é que ele veio ao mundo para ser feliz e curtir a natureza. Assim, para ele, o meio ambiente não pode ser destruído para gerar dinheiro”, explica.

O planejamento das autoras é distribuir a obra em todo Brasil e fora dele, com edições em espanhol e inglês.

A primeira parte da trilogia deve ser lançada no segundo semestre de 2019, com cerca de 40 páginas – entre texto e ilustrações originais. Os interessados podem acompanhar a construção da personagem pela rede social instagram, pelo perfil @aguerreirapotira.

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