Comitiva do Governo Federal visita família de indígena morto em Antônio João
Grupo esperava escuta qualificada para a busca da resolução de reivindicações da comunidade
Na tarde deste sábado (21), uma comitiva composta por representantes do Ministério dos Povos Indígenas, do Desenvolvimento Agrário, Ministério Público, Defensoria Pública e Funai visitou o local onde o jovem Neri da Silva, de 23 anos, foi morto a tiro pela polícia durante um confronto em Antônio João. A visita, que incluiu também membros da Aty Guasu e do CIMI, teve como objetivo realizar uma escuta qualificada sobre a tensão no território desde o último dia 12, buscando resolver as reivindicações da comunidade.
Durante a visita, os servidores federais se reuniram em particular com a família de Neri, que relatou sua versão dos eventos ocorridos no dia do confronto. A comunidade aguarda uma reunião com os representantes do governo para discutir tópicos como a conciliação para moradia na área em disputa.
Neri foi assassinado na Fazenda Barra, de propriedade da influente família Ruiz, que está em disputa pela terra. A área foi homologada como terra indígena em 2002, mas sua homologação foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) logo após. A Terra Indígena Nhanderu Marangatu está cercada por forças policiais que escoltam a Fazenda Barra, intensificando a movimentação de viaturas e gerando temor entre os indígenas que lamentam a perda de um de seus membros.
Após o confronto que resultou na morte de Neri, a Justiça Federal manteve uma decisão que autoriza o "policiamento ostensivo" na área, justificando a proteção à Fazenda Barra. A morte de Neri ocorreu no dia 18 de setembro, e seu velório foi realizado dentro da Terra Indígena Nhanderu Marangatu, onde familiares e membros da comunidade o acolheram. A família foi impedida de realizar o sepultamento no local do confronto, conforme a tradição indígena.
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