Comitê de Arboviroses discute avanço de casos de chikungunya em Corumbá

O Comitê de Combate às Arboviroses promoveu, na quarta-feira (26), uma reunião no Auditório do Paço Municipal em Corumbá para discutir os resultados do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) e avaliar as ações de enfrentamento ao mosquito transmissor de doenças como dengue, chikungunya, zika e febre amarela.

O encontro reuniu representantes do Exército, da Câmara de Vereadores, da Defesa Civil, da Assistência Social e coordenadores da Vigilância em Saúde local. A gerente da Vigilância Sanitária, Walkíria Arruda, alertou para a gravidade dos índices apresentados. Segundo ela, “muitas famílias recorrem ao uso de baldes e caixas d’água ao nível do solo por causa do desabastecimento de água na parte alta da cidade”, o que favorece a proliferação do mosquito.

O problema, segundo Walkíria, está concentrado, em sua maioria, nos bairros onde o fornecimento de água ocorre apenas à noite — circunstância apontada como um dos fatores que elevam o risco de infestação. A secretária municipal de Saúde, Tatiana Mattos, reforçou que o período de calor e chuvas exige atenção redobrada. “O enfrentamento é responsabilidade de todos. Precisamos reforçar as ações e ampliar a cobertura vacinal, especialmente da segunda dose”, declarou.

Situação epidemiológica preocupante

De acordo com o último boletim da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul, divulgado em 24 de novembro de 2025 (Semana Epidemiológica 46):

• O Estado registrou 13.721 casos de chikungunya, incluindo 74 gestantes, e 16 óbitos confirmados. Em Corumbá, foram contabilizados 973 casos.
• Em relação à dengue, 54 municípios estão em alta incidência, com 13.696 casos prováveis e 18 óbitos. Na cidade, foram registrados 395 casos, dos sorotipos 2 e 3.

Sobre a vacinação, a vacina contra a dengue está disponível para adolescentes de 10 a 14 anos. Em Corumbá, a cobertura vacinal alcançou 68,69% para a primeira dose e 36,08% para a segunda dose.

Chamado à participação cidadã

As autoridades reforçaram o compromisso com medidas de prevenção: saneamento adequado, controle de criadouros, acesso à água potável e ampliação da vacinação. A participação da população é considerada essencial no combate à proliferação do mosquito. O Comitê busca a sensibilização da comunidade e mobilização de todos os setores para conter a escalada de casos.