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Com médicos em greve, Hospital do Câncer deixa de fazer mais de 360 consultas

Pacientes estão sendo encaminhados para Santa Casa, Hospital Regional e Hospital Universitário

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Pedro Santos
(Foto: Luiz Alberto)

Com a paralisação parcial do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, de Campo Grande, iniciada pelo corpo médico no dia 22 de Fevereiro de 2023, mais de 360 novas consultas deixaram de ser realizadas pelo estabelecimento. Nesses sete dias de greve, a equipe administrativa do Alfredo Abrão se reuniu duas vezes com representantes do Governo Municipal e Estadual para analisar o pedido de ajuda do hospital, mas sem nenhuma decisão concreta.

Segundo a direção do hospital, os gastos mensais do filantrópico são de R$4 milhões, muito acima dos repasses da Prefeitura, Governo do Estado e Federal, os quais somam R$3,2 milhões, causando um déficit de quase R$800 mil mensais. O problema vem se arrastando por quase um década, impossibilitando a prestação de um melhor atendimento aos pacientes em tratamento oncológico, atrasando a realização de exames, pagamento de funcionários e do corpo clínico, compra de remédios e materiais de medicina. 

Em nota, o Hospital do Câncer afirmou que, em decorrência da greve, os atendimentos ocorrem parcialmente na instituição, essencialmente e urgência e emergência realizados no PAM (Pronto Atendimento do HCAA, 24H), as cirurgias de urgências e emergências, atendimentos de UTI e os tratamentos nos setores de quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia já em andamento. 

Reuniões - O primeiro encontro entre a gerência do Hospital do Câncer e a Prefeitura da Capital, após o agravamento da situação financeira e começo da paralisação, se deu na tarde do dia 23 de Fevereiro, no segundo dia da greve, na qual o Governo Executivo Municipal deveria responder ao pedido de revisão contratual com o filantrópico e assim atualizar os repasses ao Hospital, sanando o déficit mensal de R$770 mil. Contudo, ambas partes não chegaram a nenhum acordo. 

Outra reunião, mas com a presença de representantes da Prefeitura e do Governo do Estado, ocorreu na tarde do dia 27 de fevereiro, e mais uma vez sem nenhuma decisão. 

Uma nova reunião estava prevista para esta segunda-feira (1), pré-agendada pela Secretária Adjunta da SESAU, a Dra. Rosana Leite de Melo, na sede da Secretaria Estadual de Saúde (SES), com representantes do filantrópico, SESAU e SES para discutir a situação financeira do hospital. 

Até o momento da produção desta reportagem, o encontro ainda não havia acontecido. 

Remanejamento - Em relação aos pacientes em espera de começar o tratamento oncológico, a SESAU informou ao Diário Digital que os novos atendimentos estão sendo realizados pelo Hospital Santa Casa, Hospital Universitário e o Hospital Regional dentro de suas “capacidades”, já que, segundo a secretaria, além do próprio Alfredo Abrão, tais hospital são habilitados como Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON). 

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