Capivaras não causam febre maculosa, esclarece médico-veterinário
Animal presente nas áreas urbanas é apenas um hospedeiro do carrapato e, inclusive, não o único


Atuante na área de resgate de fauna selvagem, o médico veterinário Lucas Cazati esclarece uma das principais polêmicas em relação à frente maculosa, a presença das capivaras em áreas urbanas. Em Campo Grande (MS), elas fazem parte da paisagem natural da cidade. Conforme o médico veterinário, estes animais não devem ser apontadas como causadoras da doença.
A doença é causada por uma bactéria chamada rickettsia rickettsii, que é vinculada por um carrapato estrela ( Amblyomma sculptum) que usa como um meio de transporte a capivara, um de seus hospedeiros.
“A capivara não é causadora dessa patologia. Ao contrário. Hoje, temos publicações que afirmam que a febre maculosa também vem oriunda não só da capivara, mas também de outros animais, como quatis e tamanduás”, esclarece.

Conforme o médico-veterinário, a doença tem uma dinâmica sazonal. As épocas mais secas do ano ajudam o carrapato jovem a transportar a doença. “Seja de alta letalidade, porém não é tão fácil de contrair a patologia. Para contrair a doença o carrapato teria que estar um tempo hospedado.”
A febre não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta.
Segundo Lucas, a doença não é nova no Estado, sendo que existe há mais de 10 anos. Para conter a patologia, não adianta matar os hospedeiros dos carrapatos, porém um projeto de controle na reprodutividade das capivaras seria bem-vindo, tal qual existe em Minas Gerais.
Em Mato Grosso do Sul, os índices de contaminação são baixos. No período de 2012 a 2022, foram notificados 55 casos de febre maculosa e seis foram confirmados. O último registro foi em 2018 e a vítima morreu.
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