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Brigada cultiva viveiro para ações de recuperação do Pantanal

Brigadistas ambientais estão auxiliando pesquisadores na avaliação do impacto dos incêndios para a biodiversidade

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Redação
(Foto: Divulgação)

O programa permanente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) de brigada ambiental, a Brigada Alto Pantanal, está realizando atividades de monitoramento de áreas atingidas pelo fogo na região da Serra do Amolar. Nesse período de retorno de chuvas, em Dezembro de 2024, os brigadistas ambientais estão auxiliando pesquisadores na avaliação do impacto dos incêndios para a biodiversidade e também realizando a manutenção em viveiro de mudas instalado na Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal, que será utilizado para contribuir na recuperação do território.

A brigada permanente do IHP é mantida a partir de parcerias com V.Bio, Celeo, ISA ENERGIA BRASIL, FUNBIO, ADM – líder em comercialização de grãos, insumos, nutrição humana e animal – por meio do programa ADM Cares., Instituto PHI, Wetlands International Brasil, Fundação Grupo Boticário e doações de pessoas físicas (veja mais aqui).

Em outubro, os incêndios tiveram graves consequências nessa região da Serra do Amolar, uma das áreas mais conservadas e de riqueza de biodiversidade do Pantanal, e avançou por áreas do Patrimônio Natural da Humanidade. Após registro de rajadas de vento de 60 km/h, umidade do ar abaixo dos 20% e temperatura acima dos 40º C, uma linha de fogo de 11 km de extensão alcançou área de recuperação e passou por onde tinham sido plantadas 25 mil mudas. Além da Brigada Alto Pantanal, tentavam conter essas chamas o Prevfogo/Ibama.

(Foto: Divulgação)

O chefe da brigada, Manoel Garcia, explica que esse trabalho de monitoramento e manutenção teve início no começo de dezembro e envolve uma série de atividades, com deslocamentos de mais de 10 km a pé. 

“Fomos realizar uma primeira avaliação de onde o fogo passou e tínhamos plantado 25 mil mudas. Em 2020, essa região foi completamente atingida pelo fogo. Conseguimos evitar essa situação em 2021, 2022 e 2023. Infelizmente, neste ano a gente viu uma situação extrema de vento, calor e o fogo conseguiu avançar. Felizmente, o viveiro ficou resguardado. Agora é acompanhar as análises para poder dar início a um novo replantio para recuperar a região.”

A assistente técnica no IHP, responsável pelo viveiro, é Cristiane Brigitte dos Santos. Ela atua diariamente na manutenção do local, que está com cerca de 7 mil mudas de diferentes tamanhos e espécies como aroeiras (Astronium urundeuva), jacarandás (Jacaranda cuspidifolia), piúvas (Tabebuia heptaphylla), entre outras, e também atua nas áreas de recuperação.

“Fizemos uma avaliação visual da área atingida pelo fogo. Houve plantas que foram muito atingidas, outras pudemos notar que podem rebrotar. Foi uma análise mais superficial agora. Ainda temos a questão do solo para avaliar e o grau de serveridade do fogo nele. Em alguns casos, a situação do solo deixada pelo fogo dificulta a absorção da água da chuva e isso é um desafio para superarmos. A gente encontrou mudas que se tornaram apenas brasa. Estamos fazendo manutenção no viveiro, que está bem resguardado, para poder garantir a sobrevivência dessas mudas e em breve poder usá-las na recuperação do território”, detalhou Cristiane.

(Foto: Divulgação)

Desde o começo do mês, os brigadistas ambientais estão realizando técnicas de plantio e manejo para garantir melhores condições de sobrevivência das mudas que serão utilizadas em região atingida pelos incêndios florestais. É preciso avaliar as mudas que podem ser retiradas de tubetes para irem ao solo, bem como preparação da terra para plantio. Os procedimentos para recuperação estão no início e ainda vão prosseguir por dezembro e janeiro de 2025.

Nesse trabalho de preparação da região para as atividades de recuperação, a brigada ambiental também averigua se há registro de fauna. Nesse monitoramento, por exemplo, médicos-veterinários e biólogos do IHP também participam com instalação de armadilhas fotográficas e sistema de bioacústica para registrar a presença de animais selvagens. Em uma das visitas ao local a ser recuperado, os brigadistas localizaram no caminho um jabuti, que estava com boa saúde.

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