Audiência Judicial tenta acordo entre motoristas, empresas e prefeitura
Motoristas paralisaram atividades deixando a Capital sem ônibus nesta quarta-feira
Está sendo realizada na tarde desta quarta-feira, 18 de Janeiro, um audiência judicial entre o município de Campo Grande, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano e o Consórcio Guaicurus e o Sindicato das Empresas do Transporte Coletivos e Urbanos de Passageiros de MS. A audiência é realizada na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em MS.
Os motoristas paralisaram as atividades deixando a Capital sem ônibus nesta quarta-feira. Eles cobram reajuste salarial de 16%. Já as empresas de ônibus afirmam que não têm condições de aumentar os salários e que estariam na dependência do reajuste da tarifa de ônibus que a prefeitura ainda não definiu.
A prefeita de Campo Grande Adriane Lopes (Patri) participa. Ele informou que o novo valor da tarifa de ônibus dependerá do valor que o governo do Estado repassará à prefeitura -- o Estado repassa valores para subsidir a gratuidade dos estudantes da rede estadual de ensino.
Atualmente, a tarifa em Campo Grande é de R$ 4,40. Porém, cálculos feitos pela Agencia Municipal de Transporte e Trânsito, a Agetran, apontam que poderia chegar a R$ 7,79. A prefeitura, contudo, pretende agir para minimizar o valor final.
O Diário Digital acompanha a audiência no TRT.
Nota da prefeitura - Horas antes da reunião começar, aliás, a prefeitura divulgou nota na qual informa ter acionado a Justiça contra a paralisação dos motoristas. O município defende que o movimento é ilegal, pois não houve aviso prévio ou até mesmo deliberação em assembleia geral, quanto a deflagração da mesma pelo sindicato. Veja abaixo a nota na íntegra:
Na busca de assegurar a continuidade da prestação do serviço do transporte público coletivo à população, classificado esse como essencial, a Prefeitura Municipal de Campo Grande ingressou na Justiça do Trabalho com ação para resguardar o serviço, com o fim da greve iniciada hoje (18) pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande.
A Prefeitura defende que a greve é ilegal, pois não houve aviso prévio ou até mesmo deliberação em assembleia geral, quanto a deflagração da mesma pelo sindicato. Além disso, é exigência legal que seja mantido percentual mínimo para a continuidade do serviço essencial, o que também não foi observado. Por isso a ação responsabiliza o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano e o Consórcio Guaicurus.
A ação solicita que seja decretada a ilegalidade e abusividade da paralisação, e determinada a continuidade normal e completa dos serviços de transporte coletivo urbano em Campo Grande, com aplicação de multa de R$ 100 mil para cada dia de descumprimento.
A Administração Municipal também pediu que 90% do serviço essencial seja mantido, além de solicitar que não haja coação ou impedimento aos trabalhadores que não aderirem a greve, vandalismo e bloqueio nas entradas das garagens.
A prefeitura entende que as reivindicações dos motoristas de ônibus são legítimas, no entanto o reajuste de salários é uma questão a ser negociada diretamente pelo consórcio de transporte público, sem envolvimento do município.
O reajuste da tarifa está sendo cautelosamente estudado, e o Poder Executivo faz todo o possível para continuar subsidiando as gratuidades para estudantes, idosos, pessoas com necessidades especiais e seus acompanhantes.
Em 2022, fruto do bom relacionamento da gestão municipal e Governo do Estado, também foi firmado um convênio, no qual o Estado passou a contribuir com esses subsídios.
Em dezembro do ano passado, o Governo Federal, por intermédio da prefeitura, repassou verbas federais para o consórcio custear as gratuidades para idosos entre janeiro e outubro de 2022, com valores a repassar mensalmente para cobrir as gratuidades à medida que elas ocorrerem.
Também com a clareza de que é preciso manter o equilíbrio e não aumentar de forma acentuada o valor da tarifa, foi aprovado na Câmara Municipal a isenção de ISS para a concessionária do transporte coletivo urbano da Capital.
As tratativas em relação ao reajuste da tarifa de ônibus para 2023 estão em andamento, o próximo passo será a discussão no dia 24 de janeiro com o Conselho de Regulação para discussão e análise de dados para revelar a tarifa que será entregue em relatório para avaliação do poder executivo. O conselho é formado por membros da sociedade civil e órgãos da administração pública – com quórum mínimo de 10 de membros por membros – que são CREA, OAB, SEMADUR, PLANURB, Conselho das Regiões Urbanas, AVICG, ASCCON, UMAM, CAU, Águas Guariroba, CTRCG, Solurb e Consórcio Guaicurus.
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