Artesanato vira esperança para detentos e forma de sustento para família
A 17ª Edição da Feira do Artesão Livre reúne cerca de 400 peças exclusivas, com itens a partir de R$ 10
Começou na quarta-feira (10), a 17ª Edição da Feira do Artesão Livre, que expõe para a venda produtos artesanais confeccionados com mão de obra prisional em estabelecimentos penais da Capital e interior de Mato Grosso do Sul. A iniciativa é uma oportunidade para detentos diminuírem a pena e ajudar financeiramente a família.
O evento acontece desde 2014, duas vezes ao ano. A tradição é realizar as vendas nas semanas que precedem o Dia das Mães e o Natal.
Em todo Mato Grosso do Sul, são cerca de 300 internos que trabalham confeccionando artesanato. No entanto, a chefe da divisão de trabalho prisional, Elaine Cristina Souza Alencar explicou que apenas os melhores trabalhos são selecionados para a venda.
“O dinheiro das vendas fica para o interno. A não ser que a Agepen tenha disponibilizado o material, aí a gente tira o custo do material e o restante fica para ele, para que ele possa também arcar com as pequenas despesas que ele tenha, enviar para a família”, apontou.
Além do dinheiro, o trabalho artesanal também rende remissão da pena. A cada três dias trabalhados, um é diminuído da sentença que o detento cumpre.
"A Agepen também disponibiliza cursos de capacitação. Após o período de cumprimento de pena, ele pode viver disso, é um curso profissionalizante", completou Elaine.
Por fim, a profissional destaca que alguns trabalhos são feitos por pessoas com problemas psiquiátricos, que ajudam no tratamento da saúde mental dos custodiados.
A exposição reúne cerca de 400 peças exclusivas, entre tapetes, esculturas, enfeites, utensílios, pinturas, arte em tecidos etc, com itens a partir de R$ 10.
Pela primeira vez, este ano, a Feira do Artesão Livre será no formato híbrido, com vendas tanto na exposição presencial, realizada no Átrio do Fórum de Campo Grande, como pelo aplicativo WhatsApp.
O evento é promovido em parceria entre a Agepen e Ministério Público Estadual, por meio da 50ª Promotoria de Justiça, e conta com o apoio do Conselho da Comunidade de Campo Grande e do Instituto Ação pela Paz; além da Faculdade Mackenzie, de São Paulo, que contribuiu com a produção da identidade visual da edição.
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