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Após anúncio, motoristas cumprem greve e terminais amanhecem vazios

Apenas guardas civis podem ser vistos em patrulha pelos terminais vazios

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Victória de Oliveira e Thays Schneider
Não há movimentação de ônibus nem usuários nos terminais - (Foto: Luciano Muta)

A greve dos motoristas do transporte coletivo de Campo Grande (MS), anunciada ontem (17), resultou nos terminais rodoviários vazios na manhã desta quarta-feira, 18 de janeiro. A decisão foi tomada após a indecisão do Consórcio Guaicurus sobre o reajuste salarial exigido pela classe.

Agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) realizam rondas pelos terminais vazios. Ao Diário Digital, guarda civil explicou que o fluxo de carros e motos no trânsito da Capital aumentou em decorrência da greve. 

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Demétrio afirma que os ônibus só voltam quando a empresa definir o reajuste da categoria. Desde de novembro, os trabalhadores buscam pelo aumento salarial. “Eu mandei o ofício pro Consórcio cobrando uma solução. Nós não podemos esperar muito tempo”, expressou o presidente.

Terminais vazios nesta manhã - (Foto: Luiz Aberto)

A situação da categoria ainda é incerta. Em 27 de dezembro, o presidente do Consórcio Guaicurus, João Resende, propôs o reajuste salarial de 6,46% para a categoria em reunião com a a Comissão Permanente de Transporte e Trânsito, da Câmara de Vereadores de Campo Grande. A situação ocorreria caso a Prefeitura aumentasse a tarifa na mesma porcentagem, o que elevaria o valor de hoje em R$ 4,40 para R$7,79.

O que diz a Prefeitura - Em nota publicada ontem, a Prefeitura de Campo Grande afirma entender como “legítimas” as reivindicações dos motoristas, porém complementa que o reajuste salarial deve ser negociado com o Consórcio Guaicurus. “A prefeitura entende que as reivindicações dos motoristas de ônibus são legítimas, no entanto o reajuste de salários é uma questão a ser negociada pelo consórcio de transporte público, não estando este na alçada do município”, diz trecho da nota.

Estudo elaborado pela Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg) aponta que a tarifa ao usuário do transporte coletivo pode aumentar R$ 3,60 e alcançar os R$ 8. O valor é calculado anualmente pela Agência com base em custos como manutenção, combustível e até o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Cabe à Prefeitura acatar ou não a tarifa proposta.

O presidente da Comissão Permanente de Transporte e Trânsito, da Câmara de Vereadores de Campo Grande, Alírio Villasanti (União Brasil) afirmou que a proposta tarifária apresentou variação ao longo de 2022. "A tarifa técnica, segundo a agência reguladora, é R$ 5,15. No início do ano, o Consórcio falou em [colocar para o usuário] R$ 6 e agora já fala em R$ 8. Nós somos radicalmente contra esse aumento de tarifa, até porque temos que condicionar qualquer tipo de aumento a melhoria da qualidade do serviço prestado ao usuário do transporte coletivo de Campo Grande", destacou em entrevista ao Noticidade em dezembro.

Quanto ao reajuste salarial, a questão é “estudada”. “O reajuste da tarifa está sendo cautelosamente estudado, e o poder executivo tem feito todo o possível para continuar subsidiando as gratuidades para estudantes, idosos, pessoas com necessidades especiais e seus acompanhantes”, lê-se no pronunciamento.

 Confira na íntegra a nota da Prefeitura:

A prefeitura entende que as reivindicações dos motoristas de ônibus são legítimas, no entanto o reajuste de salários é uma questão a ser negociada pelo consórcio de transporte público, não estando este na alçada do município.

O reajuste da tarifa está sendo cautelosamente estudado, e o poder executivo tem feito todo o possível para continuar subsidiando as gratuidades para estudantes, idosos, pessoas com necessidades especiais e seus acompanhantes.

Em 2022, fruto do bom relacionamento da gestão municipal e Governo do Estado, também foi firmado um convênio no qual o Estado passou a contribuir com esses subsídios.

Adicionalmente, em dezembro, o governo federal por intermédio da prefeitura, repassou verbas federais para o consórcio custear as gratuidades para idosos entre janeiro e outubro de 2022, com valores a repassar mensalmente para cobrir as gratuidades à medida que elas ocorrerem.

Também com a clareza de que é preciso manter o equilíbrio e não aumentar de forma acentuada o valor da tarifa, foi aprovado na Câmara Municipal a isenção de ISS para o consórcio.

As tratativas em relação ao reajuste da tarifa de ônibus para 2023 estão em andamento, o próximo passo será a discussão no dia 24/01 com o Conselho de Regulação que é formado por membros da sociedade civil e órgãos da administração pública, com quórum mínimo de 10 de membros, para discussão e análise de dados para revelar a tarifa que será entregue em relatório para avaliação do poder executivo.

O conselho é formado por membros do CREA, OAB, SEMADUR, PLANURB, Conselho das Regiões Urbanas, AVICG, ASCCON, UMAM, CAU, Águas Guariroba, CTRCG, Solurb e Consórcio Guaicurus.

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