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Apesar dos ônibus cheios, agência diz que número de passageiros pagantes diminuiu

Perda de produtividade e de demanda dos usuários seriam as causas do aumento da tarifa, segundo agência

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Redação

O diretor de Estudos Econômicos e Financeiros da Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande), Renato Coutinho, apontou que as principais causas para o aumento das tarifas do transporte coletivo nos últimos 15 anos foram a perda de produtividade e de demanda dos usuários. O debate realizado nesta sexta-feira, dia 2, foi convocado pelo vereador Prof. André Luís, presidente da Comissão de Mobilidade Urbana.

“Há uma diminuição no número de usuários. Hoje, ele deixa de vir no centro, por exemplo, para pagar uma conta, pois pode pagar no bairro, que também tem outras facilidades. As tecnologias facilitaram a vida das pessoas na questão do deslocamento. Não foi apenas a pandemia que reduziu o número de passageiros”, disse. “O reajuste tarifário é simplesmente a recomposição da perda inflacionária que você teve no período. O que estamos tentando fazer hoje é salvar um sistema”, completou.

Atualmente, a tarifa cobrada em Campo Grande é de R$ 4,40, valor que só não foi reajustado neste ano porque o governo do Estado aceitou repassar R$ 1,2 milhão às empresas de ônibus para subsidiar o trasporte de estudantes da rede estadual, que têm gratuidade. O congelamento vale até o mês de dezembro deste ano.

O balanço apresentado mostra queda no número de passageiros desde 2015, quando foram registradas 55.468.057 viagens. Em 2020, com a pandemia, foram 23.146.055. Segundo Demonstrativo do Resultado do Exercício de 2021 do Consórcio Guaicurus, a concessionária teve um prejuízo de R$ 12,8 milhões.

Audiência debateu problemas do transporte coletivo na Câmara Municipal (Foto: Divulgação/Câmara Municipal)

“Sendo as causas deste prejuízo a diminuição da receita bruta, por conta da diminuição da quantidade de passageiros pagantes e o aumento dos custos dos principais insumos para operação (combustíveis, peças entre outros). Sendo certo, que, no ano de 2022 apesar do ligeiro aumento da quantidade de passageiros pagantes em relação ao exercício de 2021, o aumento dos custos de insumos está sendo foi muito superior no atual exercício”, diz trecho do relatório.

A Câmara tem articulado e discutido periodicamente propostas para diminuir a lotação nos ônibus, principal alvo de reclamações dos usuários, além de melhorar a prestação dos serviços. Diversas reuniões já foram realizadas envolvendo os principais agentes envolvidos, e a Casa chegou a aprovar subsídios para a empresa garantir o funcionamento do sistema.

“Temos que entender que o problema da mobilidade é multifacetário. A pessoa compra o carro, pois não tem um transporte público de qualidade. Quando investirmos pesado na qualidade do transporte público, o cidadão vai deixar de comprar a moto ou o carro dele”, disse o vereador Prof. André Luís.

(Com informações da Assessoria de imprensa da Câmara Municipal)

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