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Amor e determinação: mulheres têm papel de destaque no combate aos incêndios no Pantanal

Desde abril, 1170 homens e mulheres se dedicaram dia e noite para impedir o avanço das chamas

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Redação
Mulheres tem trabalhado arduamente para conter as chamas no pantanal (Imagem: Divulgação)

Os incêndios que devastam o Pantanal sul-mato-grossense estão sendo combatidos por uma força-tarefa impressionante. Com 18 aeronaves, 7 caminhões de combate a incêndio, 6 embarcações, 41 caminhonetes do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul e 14 veículos da Força Nacional de Segurança Pública, o esforço vai muito além dos equipamentos. Desde abril, 1.170 homens e mulheres dedicam-se dia e noite a conter as chamas que ameaçam um dos biomas mais importantes do mundo.

Entre esses heróis, 714 pertencem ao Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul. A tenente Letícia Solano, engenheira ambiental e nascida em Campo Grande, é uma dessas combatentes. Com uma carreira que começou na Marinha, Letícia se apaixonou por Corumbá, onde viveu de 2013 a 2018, e hoje se considera uma pantaneira de coração.

"Em julho, após concluir o curso para o Corpo de Bombeiros, fui enviada diretamente ao Pantanal para combater incêndios. Foi um desafio enorme, especialmente por não ter experiência prévia em incêndios florestais, mas a determinação da equipe tornou o aprendizado constante," conta a tenente, que há pouco mais de um mês enfrentava pela primeira vez as labaredas que assolam o bioma.

O trabalho é exaustivo, com dias seguidos de combate. Letícia se impressiona com a força do fogo, mas garante que a vontade de vencer essa batalha é ainda maior. "A cada dia, lutamos para proteger uma área e, apesar de todas as dificuldades, conseguimos avançar no controle do incêndio."

Outra figura importante nesse combate é a sargento Katiane Mercado Alves, comandante de uma guarnição. Natural de Campo Grande, ela é voluntária nas missões no Pantanal desde 2020, movida pelo amor ao estado e à preservação do Patrimônio Natural da Humanidade. "Como filha deste estado, sinto a responsabilidade de proteger o que vi durante minha infância. Ver tudo isso queimando é doloroso, mas nos motiva a agir com ainda mais determinação."

Katiane observa que, em comparação com 2020, a estrutura de combate melhorou. "Temos mais recursos materiais e humanos agora, o que facilita o trabalho, apesar da maior intensidade dos incêndios."

Entre os diversos desafios enfrentados no Pantanal, o apoio aéreo é essencial. A sargento Monalisa Alves Tabaco, mecânica de voo da Força Aérea Brasileira (FAB), é uma das responsáveis por garantir que a maior aeronave em operação no combate, o KC-390, esteja em perfeitas condições para lançar até 12 mil litros de água sobre as chamas. "Nosso trabalho em terra é crucial para que os pilotos possam realizar suas missões com segurança," explica Monalisa, que há dois anos e meio atua na manutenção do KC-390.

Com raízes na Aeronáutica, Monalisa já participou de diversas operações de emergência, mas considera o combate aos incêndios no Pantanal especialmente gratificante. "Apesar de lamentarmos a existência desses desastres, é um privilégio poder contribuir para a preservação desse bioma único," conclui.

Enquanto o Pantanal enfrenta a maior seca dos últimos 70 anos, a luta incansável dessas mulheres e homens evidencia a coragem e o compromisso com a preservação de um dos patrimônios naturais mais valiosos do planeta.

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