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Ação conjunta reduz a mortalidade no trânsito da capital sul-mato-grossense

Atuação coordenada do GGIT impulsiona queda histórica de óbitos e reforça estratégias para ampliar a segurança viária em 2026

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Sandra Salvatierre
A reunião, sediada no auditório do Detran-MS, revisou indicadores que orientam políticas públicas e alinhou iniciativas conjuntas programadas para o próximo ciclo. (Fotos: Rachid Waqued|Detran)

O Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito de Campo Grande concluiu o calendário anual na quarta-feira (26) apresentando avanços expressivos na diminuição das mortes provocadas por sinistros viários. A reunião, sediada no auditório do Detran-MS, revisou indicadores que orientam políticas públicas e alinhou iniciativas conjuntas programadas para o próximo ciclo.

O diretor de Trânsito da Agetran, Ciro Vieira Ferreira, detalhou a ampliação do sistema de vigilância por câmeras instalado nas vias urbanas. O monitoramento permanente, desenvolvido com apoio da Gerência Especial de Fiscalização e Segurança Viária do Detran-MS, permite identificar veículos com histórico elevado de infrações e circulação irregular, fortalecendo a capacidade de resposta das equipes.

Ruben Ajala, gerente de Fiscalização e Patrulhamento Viário do Detran-MS
(Fotos: Rachid Waqued|Detran)

 

A articulação entre os órgãos supera o perímetro urbano. Em dezembro, será iniciada a nova etapa do programa Rodovida, com ações que abrangem rodovias estaduais e federais. As atividades, organizadas pela Polícia Rodoviária Federal, contarão com a participação integral das instituições que compõem o GGIT.

Queda de mortes

Durante o encontro, o coordenador do Grupo de Análise de Sinistros de Trânsito, Renan Soares Cunha, apresentou dados da Secretaria de Estado de Saúde que revelam trajetória contínua de redução da mortalidade. Entre 2011, início do Programa Vida no Trânsito e 2020, Campo Grande registrou queda de 41,6% na taxa de mortes decorrentes de sinistros terrestres.

Segundo Renan, o resultado está alinhado às diretrizes do Pnatrans e à filosofia Visão Zero, que defendem um ambiente viário seguro para todos os deslocamentos. No mesmo período, Mato Grosso do Sul reduziu em 26,5% o número de óbitos, demonstrando que a articulação entre entidades públicas e sociedade civil também se consolidou no interior do Estado.

A presidente do Cetran-MS e do Focotran, Regina Maria Duarte, ressaltou que a integração institucional alcançada em Mato Grosso do Sul está acima da média nacional. “A experiência adquirida em nossas visitas técnicas mostra claramente como estamos evoluindo nesse modelo de cooperação”, afirmou.

Regina Maria Duarte, Presidente do Cetran-MS e Focotran
(Fotos: Rachid Waqued|Detran)

Ciclistas

A capital registra queda permanente nos óbitos envolvendo ciclistas desde 2011. Naquele ano, foram contabilizadas 76 vítimas. Em 2021 e 2022, ocorreram seis casos anuais; em 2023, quatro; em 2024, cinco. Em 2025, até novembro, nenhum registro foi feito.

A expansão do sistema cicloviário foi decisiva para esse cenário. Em 2005, a cidade possuía 3,2 km de ciclovia por 100 mil habitantes. Atualmente, são 103 km — com previsão de acréscimo de mais 6,9 km — colocando Campo Grande entre as dez melhores cidades do país nesse indicador.

O diretor-presidente do Detran-MS, Rudel Trindade Junior, fundador do GGIT em 2011, destacou a permanência do espírito colaborativo que caracteriza o grupo. Como especialista em engenharia de trânsito, ele também observou mudança no comportamento de deslocamento da população. Houve migração expressiva do uso de bicicletas para motocicletas, contribuindo para a alteração do perfil das vítimas fatais.

Diretor-presidente do Detran-MS, Rudel Trindade Junior
(Fotos: Rachid Waqued|Detran)

Em 2025, das 57 mortes registradas na capital, 42 envolveram motociclistas. O levantamento do G.A.A.T aponta ainda 12 óbitos de pedestres até novembro.

 

Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito (GGIT)
(Fotos: Rachid Waqued|Detran)

Próximos passos

O GGIT pretende intensificar as iniciativas educativas e fiscalizatórias direcionadas a motociclistas e avalia retomar campanhas dirigidas a pedestres, reforçando a estratégia de prevenção multissetorial que orientou os resultados dos últimos anos.

 

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