3º dia de julgamento terá debate entre acusação e defesa
Depoimento das testemunhas foi encerrado; mãe de Matheus Coutinho é assistente de acusação
O julgamento popular dos réus da Operação Omertà pela morte do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, em 2019, será realizado nesta quarta-feira, 19 de julho, pelo terceiro dia. Hoje, a defesa e acusação de Jamil Name Filho, o Jamilzinho, Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios debatem acerca do crime. Até o momento, foram ouvidas testemunhas de ambas partes, além dos próprios acusados.
A defesa dos réus a debater hoje é composta, ao todo, por oito advogados, sendo um deles o ex-ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Nefi Cordeiro. Ele representa o réu acusado como chefe de um megaesquema de execuções que envolve milícia, jogo do bicho e muito dinheiro, Jamil Name Filho. Cada advogado possui 30 minutos para defender a tese elaborada, o que totaliza cerca de 2h30 para cada parte.
Na parte da acusação, são quatro promotores - um deles, Gérson Araújo, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) - e pela própria mãe de Matheus Coutinho, a advogada que atua no caso como assistente de acusação, Cristiane de Almeida Coutinho.
Réus negaram o crime
Ontem foram ouvidos os réus conhecidos pelos alcunhas de Jamilzinho, Vlad e Rios. O primeiro a falar foi o Vladenilson Daniel Olmedo, o Vlad. Ele relatou que conheceu o Jamil Name, o pai, através do Pantanal Cap – que é um certificado que dá prêmios e ainda contribui com ações humanitárias da Cruz Vermelha, quando passou a trabalhar na empresa após ser aposentado da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
“Eu sou inocente, não tinha conhecimento de nada e não atuei como intermediário de crime nenhum”, declarou ao júri.
Já Marcelo Rios, confessou durante sua prisão em 2019, que as armas que foram apreendidas em uma residência que pertencia a Jamil Name, durante a Operação Ormertà, no bairro Monte Líbano, eram dele próprio. No início do depoimento, ele negou conhecer Juanil (um dos pistoleiros do crime). Também negou as acusações e destacou que jamais mandaria matar alguém, até por não conhecer o Paulo Roberto Xavier.
O último acusado ser ouvido foi o Jamil Name Filho, o Jamilzinho. Indagado sobre as relações com Vlad e Rios, o réu informa que Marcelo era guarda da família e que Vlad trabalhava fazer serviços para o pai falecido e, depois passou a trabalhar como motorista.
Por fim, Jamil contou que realmente havia uma briga com o advogado paulista, Antônio Augusto de Souza Coelho, por conta de terras que não haviam documentação, apenas escrituras. Mas, jamais mandaria matar o estudante, Matheus Coutinho Xavier.
Confira o depoimento dos acusados na íntegra.
Testemunhas
Foram ouvidos na segunda-feira (17) e terça-feira (18), as testemunhas de acusação – a delegada da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), Daniella Kades; o delegado que trabalhou na força-tarefa junto do Garras, Thiago Macedo; o delegado titular da Delegacia Esp. de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Carlos Delano; o pai de Matheus, Paulo Roberto Xavier “PX”; e o escrivão da PCMS, Jean Carlos e o delegado do Garras, João Paulo Sartori.
Na parte de defesa, realizaram oitivas o advogado Silvano Gomes Oliva (Jamilzinho Name), o cunhado de Vladenilson e policial civil aposentado; Wagner Louro da Rocha e o policial civil Mário César Veslaque (Vladenilson Olmedo); e Eliane Benitez Batalha como testemunha de defesa do ex-marido, Marcelo Rios.
Ontem, a defesa de Jamil Name Filho, o Jamilzinho, e a de Marcelo Rios desistiram da oitiva de três testemunhas. A justificativa apresentada pelos advogados foi agilidade no processo. Uma das testemunhas de defesa “cortadas” foi o ex-policial militar e miliciano do Rio de Janeiro, Orlando de Oliveira Araújo. Ele está preso no Rio Grande do Norte e auxiliaria a defesa de Rios de maneira remota.
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