Fronteira

Detentos paraguaios fazem greve de fome por ameaças do PCC na fronteira

Briga entre facções motivou greve, que está sendo acompanhada pelas autoridades paraguaias

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Redação
Membros do Clã Rotela anunciam greve após ameaça do PCC - (Foto: Divulgação)

Internos da Penitenciário Regional de Pedro Juan Caballero, na cidade paraguaia que faz fronteira com o município sul-mato-grossense Ponta Porã, anunciaram nesta quarta-feira, 28 de setembro, greve de fome após constantes ameaças da maior organização criminosa brasileira, o Primeiro Comando da Capital (PCC). Os detentos são membros do Clã Rotela, facção paraguaia que disputa espaço com a brasileira na fronteira.

Os membros do Clã Rotela divulgaram vídeo nas redes sociais. Nas imagens, pedem conversa reservada com autoridades paraguaias para proteção. No último dia 14, ataque do PCC  na Penitenciaria Regional de Concepción, em Concepción, também no Paraguai, deixou um detento morto e quatro feridos, entre agentes penais e internos. 

No vídeo, o "porta-voz" do Clã declara que são ameaçados constantemente pela facção brasileira. Ainda, relata que um dos integrantes da organização criminosa paraguaia foi atacado a facadas por membro do PCC. Conforme o detento, os integrantes do Rotela foram culpabilizados pelo episódio.

"Somos presos que tentam ficar calmos, lutamos por nossas liberdades, para ter paz de espírito, não somos nós que estamos fazendo reféns, nem ferindo funcionários, mas as represálias estão vindo em nossa direção, não temos dinheiro e eles estão nos intimidando", disse ele.

Às autoridades, pedem assistência e proteção. "Queremos que eles [autoridades] nos ajudem, para que possamos falar, deixar claro que o Clã Rotela não é o que estão dizendo, já que estão nos sujando cada vez mais, estão nos discriminando", declarou o porta-voz do grupo. Ainda, anunciaram que a greve de fome cessaram somente caso haja a reunião, porque se “sentem inseguros”. 

Monitoramento da saúde - Ao jornal paraguaio Última Hora, o diretor-geral de Direitos Humanos, Rafael Escobar explicou que o Ministério da Justiça solicitou o monitoramento diário do estado de saúde dos grevistas. Contou, também, que ainda ontem foram realizadas entrevistas individuais com os privados de liberdade do Clã Rotela que aparecem no vídeo.

“Neste momento, quero destacar a confidencialidade, uma vez que estas pessoas estão vulneráveis ​​devido ao fato de estarem em contexto de confinamento. dessa pena", relatou.

Ataques do PCC no Paraguai - Em 14 de setembro, membros do PCC fizeram 14 agentes penitenciários de refém durante tentativa de fuga. Três dos guardas ficaram feridos, são eles Arnaldo Quintana, de 39 anos, Miguel Ángel Ibarra, de 27 anos, e Antonio Moreno, de 38 anos. Ainda, um privado de liberdade, identificado como Oscar Cabrera, de 28 anos, também ficou ferido, enquanto o irmão dele, César Alexandre Cabrera, de 25 anos, também interno do presídio, morreu vítima de dois disparos de arma de fogo. 

Na ação mais recente, ocorrida na sexta-feira, 23 de setembro, internos do Clã Rotela e do Primeiro Comando da Capital (PCC) quase entraram em confronto na Penitenciária Regional Pedro Juan Caballero, na área onde são realizadas visitas particulares.

Nessa ocasião, dois membros do PCC foram enviados ao presídio Pedro Juan Caballero e os membros do Clã Rotela supostamente tentaram atacar o pavilhão do condenado.

 

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