Judocas de Campo Grande vão para o campeonato brasileiro em Outubro
Ana e Lucca, de 11 anos, enfrentam desafios e se preparam para conquistar ainda mais no judô
Os judocas de 11 anos, Ana Teodoro e Lucca Alexandre, estão se preparando para uma das competições mais importantes de suas carreiras, o Campeonato Brasileiro de Judô, que será em Outubro.
As famílias estão orgulhosas e acompanham os treinos. O pai de Lucca, Luiz Alexandre, e a mãe, Ana Paula Alexandre, são também seus treinadores e dão todo o apoio necessário para o filho, assim como para Ana, também aluna de Luiz.
O esforço dos pequenos atletas, com rotina puxada de treinos, academia e atividades, sempre priorizando os estudos, é recompensado pela felicidade de acumular medalhas e o desafio de estar em mais uma competição de alto nível.
O sensei Luiz começou no judô aos quatro anos de idade. Quando veio para Campo Grande, aos 19 anos, entrou para a academia Moura, mas com treinos mais esporádicos, conciliando com seu emprego.
Quando Lucca nasceu, também seguiu os passos dos pai e começou a praticar a modalidade aos quatro anos. Assim, foi um incentivo para o pai voltar a treinar. Na pandemia, ele precisou procurar uma nova oportunidade de emprego e assim nasceu sua academia.
“Eu comecei a dar aula pra ele em casa, quando uma amiga nossa viu e pediu para treinar o filho dela também. Eu fazia isso no tapete de casa. Os amigos foram vendo e colocando os filhos e eu comecei a dar as aulas na garagem de casa. Foi tomando uma proporção grande, acabei alugando o salão e deu muito certo, o número de alunos triplicou. Saí do meu emprego e comecei a dar aula em tempo integral”, conta o sensei.
Sua esposa, Ana Paula, de 39 anos, também é professora de judô. Desde criança já praticava o esporte por influência de uma prima, que hoje é árbitra de judô. Quando conheceu Luiz, voltou a treinar com ele, mas logo depois parou, ao se ver grávida de Lucca.
“Com quatro anos ele começou a treinar e parou. Um dia ele me falou que estava desanimado e eu respondi ‘se a mamãe voltar, você continua?’, e aí voltamos a treinar. Em Agosto de 2021 abrimos a academia aqui neste salão, voltei pro judô e hoje dou aulas”, afirma.
“Acho que o Lucca não tinha muita opção com os pais judocas”, brinca, “Hoje ele é um menino muito dedicado, ele gosta mesmo e tem os objetivos. Ele só quer ir pra frente”.
O comerciante Fabiano Teodoro, de 39 anos, é o pai da judoca Ana. Orgulhoso da filha, ele, a esposa Juliane e a filha caçula, Júlia, que também está dando os primeiros passos no esporte, mudaram sua rotina para incentivar e acompanhá-la nas competições.
“Eu saí para pedalar com o sensei e ele contou que estava começando a trabalhar com judô. Eu levei ela para fazer uma aula experimental e ela nunca mais parou”, conta.
“A rotina mudou totalmente, tá sendo muito bacana. A gente nunca imaginou ela neste esporte, mas entrou, está se dando bem e agora estamos com muita expectativa, tensos, é uma competição difícil mas estamos dando todo o apoio para ela”, diz o pai.
Para chegar a esta competição, Ana venceu oito campeonatos em primeiro lugar e conseguiu se classificar. Os treinos estão cada vez mais intensos, mas o pai também reconhece que é necessário um descanso para a mente e o corpo, melhorando o desempenho.
Ele também começou a treinar incentivado pela filha. Já está na faixa azul e brinca que vai em busca da preta.
Competição e vida - Exigente, o sensei de Ana e Lucca também se emociona com as conquistas e está com as melhores expectativas para o próximo mês.
“Sendo técnico já é difícil. Eu vendo meus alunos choro, me emociono. Aí você imagina com o meu filho lutando, é o técnico e o pai, eu falo e já fico emocionado. Ao mesmo tempo que me sinto pressionado, me emociona”, afirma Luiz, aos 43 anos, observando o rendimento de Lucca no esporte.
O sensei também reconhece que tem dois lados, no tatame, cobra todos da mesma forma, pedindo cada vez mais, enquanto em casa, aconselha, consola e incentiva o filho a continuar.
“O judô não é só uma luta, é uma filosofia de vida. A gente ensina, é amigo, os pais também confiam na gente pra isso, ajudar com as crianças”, conta, dando exemplo de pais que agradecem a melhora dos filhos em casa e na escola.
Ele afirma que o esporte tem o princípio de amizade e prosperidade mútua, para ajudar o próximo, ter disciplina e serem felizes.
“Não dá pra esquecer que eles são crianças, a gente cobra, mas são crianças. Temos que deixar as coisas leves, apesar de serem competidores. Eles precisam gostar de estar aqui, o dia que vierem obrigados, o princípio do judô acabou”.
Sonhos - Lucca conta que no começo não gostava muito de judô, mas o pai insistia e acabou gostando. Ele até tentou jogar futebol mas viu que é na luta seu caminho.
“Eu fiquei mais sociável, mais confiante em mim mesmo. Meu sonho é ser um atleta olímpico. Agora eu estou tranquilo, treinando bastante, mas tranquilo”, conta o atleta.
Já Ana começou a treinar em 2020, mas não esperava que ia dar tão certo. Hoje, ela conheceu muitas pessoas no esporte, e apesar da timidez, é no tatame que se solta e tem amigos.
“Eu estou confiante mas bem nervosa, tem horas que eu acho que vai dar certo, outras não, mas estou confiante sim”, diz Ana.
Campeonato - O Brasileiro de Judô ocorrerá em Curitiba (PR), nos dias 15 e 16 de Outubro. Ana e Lucca irão competir na categoria Sub-13.
Agora, as famílias estão se preparando para lidar com os custos das viagens, por meio de rifas nas redes sociais. Os perfis são lucca.alexandre e anajudo10, neles estão disponíveis os números das rifas.
Quem desejar contribuir com o sonho desses atletas, pode enviar no pix via email de Ana Alexandre, anaalexandre11.aa@gmail.com, ou no celular de Juliane Soares Oliveira, 6792442587.
Para quem ficou interessado na academia, que é uma filial da Moura, o telefone é (67) 981860517. Mais informações no instagram do sensei Luiz. A academia fica localizada na rua Cachalote, 336, bairro Coophavilla 2.
Veja Também
Fundesporte cumpre contrato de gestão com foco em talentos
Estudantes trazem 93 medalhas para MS nas paralimpíadas escolares
Flamengo e Atlético-MG começam a decidir o título da Copa do Brasil no Maracanã