TJ tenta, mas prefeitura e Consórcio não chegam a acordo sobre tarifa de ônibus
Município e empresas não se entenderam sobre o reajuste e a data para entrar em vigor


Terminou sem acordo a audiência de conciliação entre a prefeitura de Campo Grande (MS) e o Consórcio Guaicurus, que reúne as empresas de transporte coletivo, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), na tarde desta terça-feira, 19 de Dezembro. A reunião foi convocada pelo desembargador Eduardo Machado Rocha. A prefeita Adriane Lopes (PP) compareceu.
As partes não conseguiram se entender sobre o valor da tarifa -- hoje em R$ 4,65 desde o mês Março de 2023 -- e nem sobre a data do próximo reajuste. Durante a mediação, o desembargador propôs a data de 15 de Janeiro para que o próximo valor começasse a vigorar, o que não foi aceito por nenhuma das partes.
O município defende que o aumento não pode vigorar antes de Março de 2024, ou seja, um ano após o reajuste anterior. Já o Consórcio Guaicurus busca aumento imediato, visto que pelo contrato de concessão a data-base oficial seria o mês de Outubro.

No entendimento do Consórcio, o reajuste (fora da data-base) estaria sendo concedido com atraso o que aumenta o déficit financeiro das empresas. Outro ponto alegado pelo Consórcio é o reajuste salarial aos motoristas de ônibus que já foi repassado, porém, o valor não foi arrecadado já que não houve reajuste.
A prefeitura, por sua vez, insiste que antes de Março não será possível pois é preciso negociar o valor de repasse do governo e ainda aguardar a Câmara Municipal votar a isenção de ISS para o Consórcio em 2024. Os vereadores entraram em recesso nesta terça-feira, 19, e só retornam às atividades em Fevereiro de 2024.
"A ideia é reajuste a partir de Março (...) Neste momento não dá para afirmar qual seria esse reajuste", mencionou o diretor de Agência de Regulação dos Serviços Públicos, Agereg, Odilon Júnior.
Embora ainda não exista qualquer definição sobre o valor da passagem ao usuário, as apostas são de que ela fique em R$ 4,80 a partir de Março, como quer a prefeitura. Contudo, o Consórcio Guaicurus trabalha para antecipar o reajuste e garantir um valor maior.
O Procurador-Geral do Município, Alexandre Ávalo, acredita que o diálogo sobre o assunto somente poderá retomado no ano que vem. Ele também sustenta que um novo reajuste não poderia ser aplicado agora mesmo por que o próprio contrato de concessão também estipula aumento tarifário a cada 12 meses. "Só tem como entrar em vigor a partir do mês de Março", mencionou.
O Consórcio Guaicurus, por sua vez, já tinha informado que buscaria recursos judiciais para tentar antecipar o reajuste.
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