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Economia

Fim do auxílio emergencial preocupa campo-grandenses

Quem dependeu da ajuda do Governo nos últimos meses teme passar necessidade

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Thays Schneider
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(Foto: Gabriel Torres/ Diário Digoital)

O fim do auxílio emergencial é motivo de preocupação para milhares de famílias brasileiras. Desde o início do programa, a ajuda financeira disponibilizada pelo Governo Federal contemplou 67,9 milhões de brasileiros. Pessoas que durante a pandemia tiveram a renda comprometida ou mesmo perderam emprego. A etapa final do pagamento começou no domingo (13) e última parcela do auxílio será depositada no dia 29 de dezembro.

Em Campo Grande o cenário não é diferente. O sentimento é de incerteza para as famílias que tiveram o reforço do auxílio. Muitos inclusive sobreviveram unicamente desse abono desde o início da pandemia. Fátima Santana de 48 anos, que trabalha como autônoma usou boa parte do dinheiro para comprar água para revender. Ela ressalta que somente com a renda das vendas não dá para sobreviver. Fátima lembra que itens básicos, como arroz, óleo e feijão aumentaram o valor, sem contar com a despesas de águas e energia.

Fátima trabalha vendendo água no centro (Foto: Gabriel Torres)

“Quase passei fome no início da pandemia, em março. Demorou ser disponibilizado meu auxílio e foram momentos difíceis. Logo quando caiu o dinheiro comprei água para revender e estou até hoje vendendo, mas é impossível pagar aluguel, comer e manter as contas em dia. Meu filho também está desempregado não sabemos como vamos honrar com nossos compromissos”, lamenta.

Muitas pessoas desempregadas decidiram investir o dinheiro do auxílio para garantir a sobrevivência nos meses seguintes. É o caso de Cícero Firmino, de 58 anos. Ele vende máscaras na rua 14 de julho, no centro de Campo Grande e afirma que não passou fome graças a ajuda do governo.

Cicero investiu o dinheiro do auxílio para comprar de máscaras e revender
(Foto: Gabriel Torres)

“ Sou vendedor há 32 anos e nessa pandemia a vendas despencaram. Quando veio a ajuda do governo deu para aliviar as contas e pagar o básico, como água e luz. Quem depende da rua para sobreviver sofre. Tem dias que as vendas estão boas, mas tem dias que não vendemos nada”, relata.

Fátima e Cícero tem histórias parecidas, assim como milhares de brasileiros que estavam fora do mercado formal de trabalho e tiveram a renda comprometida com o início da pandemia. E além de vivências semelhantes, eles compartilham a mesma expectativa de que o auxílio perdure por mais alguns meses.

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