Aneel aciona bandeira tarifária amarela depois de 26 meses
Para evitar o racionamento de energia, serão acionadas as termelétricas, impactando os custos de operação do sistema
A Aneel anunciou que a bandeira tarifária para este mês de julho será amarela. A mudança ocorre devido às condições menos favoráveis para a geração de energia no país, à previsão de escassez de chuvas e ao inverno com temperaturas mais altas. Para evitar o racionamento de energia, serão acionadas as termelétricas, impactando os custos de operação do sistema.
Com esse acionamento, os valores atualizados na área de concessão da Energisa MS serão os seguintes: para consumidores que utilizam até 100 kW/h por mês, o custo de cada quilowatt-hora, incluindo encargos e impostos, será de R$ 1,22. Já para aqueles consumidores que utilizam mais de 200 kW/h por mês, o custo de cada quilowatt-hora, incluindo encargos e impostos, será de R$ 1,37.
Como explica a presidente do Concen-MS, Rosimeire Costa, a orientação nesse momento é utilizar a energia de forma consciente e evitar desperdícios. “Agora é o momento de o consumidor ficar de olho no medidor, usar menos o ferro de passar, tomar banhos curtos, não deixar luzes acesas pela casa e tirar da tomada eletrodomésticos que não precisam ficar conectados. São pequenas ações do dia a dia que evitarão surpresas no final do mês”, enfatiza Rosimeire.
Escassez - Conforme divulgado pela Aneel, a bandeira amarela foi acionada devido à previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano (em cerca de 50%) e à expectativa de crescimento da carga e do consumo de energia no mesmo período. O cenário de escassez de chuvas, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica do período, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que as hidrelétricas, passem a operar mais, principalmente durante a noite, quando não há produção de energia solar.
Essa é a primeira alteração na bandeira tarifária desde abril de 2022. Ao todo, o Brasil teve 26 meses de bandeira verde, com preço da energia mais acessível. Com o sistema de bandeiras, o consumidor consegue fazer escolhas de consumo que contribuem para reduzir os custos de operação do sistema, diminuindo a necessidade de acionar termelétricas.
Antes das bandeiras, o repasse desses custos de operação era feito apenas nos reajustes tarifários anuais; o consumidor não tinha a informação de que a energia estava cara naquele momento e, portanto, não tinha um alerta para reagir a um preço mais alto. Com as bandeiras, o consumidor se tornou mais ativo na definição de sua conta de energia, pois, ao saber que a bandeira está amarela, pode ajustar seu consumo para ajudar a reduzir o valor da conta.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela ANEEL em 2015 para indicar aos consumidores os custos da geração de energia no Brasil. Ele reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis e o acionamento de fontes de geração mais caras, como as termelétricas.
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