Comportamento

Marco Temporal, Juiz Odilon, Delcídio, Pantanal, por Manoel Afonso

'Escrever na internet não é como usar o giz na lousa e com o apagador zerando tudo'

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Manoel Afonso
(Foto: Arquivo)

SEM BANCO? Um ex-vereador da capital questionou no saguão da Assembleia Legislativa: “Qual o nome de peso que o PSDB teria para o lugar de Beto Pereira caso sua candidatura a prefeitura da capital não decole? ”  A pergunta até parece imprópria, mas é válida, pois o ex-governador Reinaldo (PSDB) antecipou: “não há ‘plano B”.

CONTROLE DE MÍDIAS: “…Essa é a chave. Todos tem que medir as palavras.  Sim, claro. Esse é o ponto. Essa é a diferença fundamental.  Enquanto todos não medirem as palavras, é claro que haverá perpetração de crimes em série. Isso vale para as redes sociais…Medir as palavras é o certo…”. (ministro Flávio Dino ao senador Eduardo Bolsonaro na sabatina no Senado)

EXCESSOS: Eles permeiam nas postagens das redes sociais. Muitos não acordaram ainda para a gravidade dos crimes em postagem agredindo com mentiras e ameaças por exemplo. Escrever na internet não é como usar o giz na lousa e com o apagador zerando tudo. Internet tem memória. Faltam campanhas de alerta e conscientização sobre o fato.

RECUERDOS: O deputado Zeca do PT – quando provocado – topa discorrer sobre fatos e personagens da política. Sobre o ex-juiz  Odilon de Oliveira – por exemplo – Zeca entende que ele errou duas vezes. Em 2018 teria sido eleito senador por qualquer partido e em 2022 deveria ter disputado a Câmara Federal com grandes chances de se eleger.

PROCEDE:  Aposentado, destaque na mídia pela sua atuação contra o narcotráfico, Odilon teria o discurso pronto como ‘Senador Justiçeiro’. Aliás, ele proferia palestras lotando ginásios de esportes no interior. Em 2022 o cenário era outro, mas ainda assim poderia ter colhido parte do prestígio que restara de 2018. E agora? Tentaria a Câmara Municipal da capital? É possível.

ANOTE:  No saguão do legislativo estadual circulam filósofos e observadores. Um deles elogiava o deputado Pedrossian Neto, prevendo seu futuro brilhante. Lembrou que ele já é citado como um bom nome ao cargo de vice governador nas próximas eleições. Pesariam: seu preparo, postura, o fato de ser da capital e ter seu nome ligado ao ex-governador Pedrossian. Interessante.

BOQUINHAS:  Está na Bíblia (Mateus 22:14): “Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”.  Antes a idade máxima para ser indicado ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas era 65 anos, agora passou para 70. Pretendentes é que não faltam na costura habitual que premia companheiros. Mas a nova regra não é exclusividade local. Dezembro, o mês do Papai Noel.

MAIS UM: Eram 29 siglas. Agora com o Fundo Partidário de R$ 22 milhões nasce o Partido Renovação Democrática, fruto da junção do Patriotas e PTB. Aqui no MS  dará visibilidade ao ex-senador Delcídio do Amaral como líder da nova sigla mas com os direitos políticos suspensos até 2027. Incerto o futuro do PRD. Já Delcídio lembra o Felipão –  vai peleando para não ficar em casa.

COMPETÊNCIA:  Até 2026 quase R$ 10 bilhões serão investidos em 790 km de estradas em 28 municípios, dos quais 540 km de novas rodovias. R$ 2,3 bilhões sairão do BNDEs e o Governo Estadual arcará com R$ 7,5 bilhões. Isso graças a ousadia produtiva do governador Riedel que foi à Brasília para receber o sinal verde do próprio presidente Lula. É pra frente que se anda.

A RODA GIRA: Estou sempre afirmando ‘ninguém é maior do que o cargo’. Vejam o exemplo do ex-presidente Collor de Mello que reinou soberbo no Palácio do Planalto.   Ele não mudou o estilo de poderoso no Senado. Hoje sem mandato luta para não ser preso.  Collor encarna exatamente aquele modelo que os políticos devem evitar.

ALELUIA:   Aprovada, a Primeira Lei do Pantanal provocou discussões e polêmicas entre vários segmentos envolvidos. A matéria tem argumentos irretocáveis: preservar o bioma pantaneiro e equilibrar a produção. O positivo nos embates foram os elogios as ações comportamentais do homem pantaneiro (tradicional) ao longo de história.

SOBERBA: É o que não falta ao PT como Lula reconheceu no seu discurso em recente evento petista. Lula expôs as contradições do partido cujo governo não se viabiliza até aqui  apenas com apoio da esquerda. Focando só nas pautas corporativistas e identidárias o PT não sabe conviver com outras siglas ligadas a conservadores, evangélicos e empresários.

LULA-1: “…Como é que a gente vai chegar nos evangélicos, companheira Benedita? Se fosse fácil, colocaria você, que é a mais linda evangélica deste país para resolver os nossos problemas, mas não é você. Não é individualmente um problema de uma pessoa. É uma narrativa que temos que aprender para conversar com essa gente… ”

LULA-2: “…Nós temos que nos perguntar por que um partido que, muitas vezes no discurso pensa que tem toda a verdade do planeta, só conseguiu eleger 70 deputados. Porque tão pouco se a gente é tão bom? Por que tão pouco se a gente acha que a gente poderia ter muito mais? É preciso que a gente tente encontrar resposta dentro de nós. Será que nós estamos falando aquilo que o povo quer ouvir de nós? Será que estamos tendo competência para convencer o povo das nossas verdades? ”

RIR OU CHORAR? Críticas não faltam pela escolha (em votação secreta) de Dilma Rousseff, Presidente do Banco do BRICS (salário de R$290 mil) como ‘Mulher Economista de 2023” pelo sistema Cofecon/Corecons. Lembra? Quando esteve à frente do Planalto, o PIB retraiu em 2 anos consecutivos: 3,6% em 2015 e 3,3% em 2016. E ela, querendo ensacar o vento. Menos please!

HIPOCRISIA: Convenhamos, toda aposta é jogo de azar: Mega-Sena, Lotomania, Quina, Timemania, Federal e por aí vai.  Passados mais de 80 anos da proibição dos jogos de azar, a discussão cai no campo da moral vigiada pela igreja. No fundo nós brasileiros invejamos o Paraguai, Chile, Argentina e Uruguai, anos à nossa frente.

SURRAS: Duas derrotas no Congresso em questões de honra do Planalto: a Desoneração da Folha e o Marco Temporal. Uma atende os empresários de 17 setores, a segunda (contra a decisão do STF), tranquiliza o agronegócio e especialmente aqueles sob risco de perder suas terras para os índios através de polêmicas ações demarcatórias.

EXPLICANDO: Criada em 2011 a desoneração desobrigou empresas de 17 setores de pagar certos impostos. Entre eles a contribuição da previdência (INSS patronal) que representa 20 % de folha de pagamento, para financiar a Previdência. Os empresários  pagam os tributos previdenciários pela receita bruta da empresa no lugar do modelo que baseia o valor do imposto pelo valor da folha de pagamento.

ENROLADOS: A notícia de que no MS há 1,056 milhão de inadimplentes preocupa, apesar do programa Desenrola Brasil conseguir efetivar 19 mil acordos. A velha dúvida permanece: o pessoal fica em situação difícil mais por incompetência de gerenciar sua vida financeira ou por outros fatores como desemprego ou situações imprevisíveis?

 

PONTO FINAL:

Uma boa cidade não é aquela em que até os pobres andam de carro, mas aquela em que até os ricos usam o transporte público. (Enrique P. Landolfo – prefeito de Bogotá)

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