Intelectuais, sem espaço e peso nas eleições, por Manoel Afonso
Intelectualidade não garante sensibilidade ou pragmatismo para acolher e atender as reivindicações da população
LAMENTÁVEL: O mandato pífio da senadora Soraya Thronicke coleciona mais uma pérola. Autora de projeto para legalizar os cigarros eletrônicos, ela alega de que seriam mais saudáveis do que os cigarros tradicionais. O ‘interessante’ é que ela ganhou uma viagem à Bolonha, paga pela Philips Morris, para visitar a fábrica da empresa. Distante cada vez mais de MS, não justifica sua eleição, que aliás deve ser a última. Bye bye.
NOTA 10: O elogiado presidente Gerson Claro (PSDB) tem motivos para comemorar. Neste ano a Assembleia Legislativa efetivou 137 sessões por onde passaram 3.446 propostas, das quais 433 projetos de lei, (246 aprovados), 33 rejeitados e 136 ainda em tramitação. Foram efetivadas 17 audiências públicas e 22 seminários. Um ano muito produtivo.
ANTIPATIA: O termo define bem a relação do eleitor com os intelectuais que tentam enveredar pela seara da política. Um exemplo é o brilhante Ruy Barbosa que tentou a Presidência da República em 1894, 1910, 1914 e 1919 e foi derrotado em todas elas. O eleitor assim entende que: a política exige algo mais que a intelectualidade.
ÚLTIMO EXEMPLO: O olhar cético do eleitor aos apelos dos galácticos intelectuais ocorreu nestas eleições paulistanas. Guilherme Boulos, PSOL perdeu, apesar do apoio e manifestações na mídia de artistas/intelectuais como Marilene Chauí, André Singer e Roberto Schwarz. Lembrando Joelmir Beting: “A teoria na pratica é outra”.
INTELECTUALIDADE não garante sensibilidade ou pragmatismo para acolher e atender as reivindicações da população. Quase sempre os intelectuais são intragáveis, habitam outra ‘galáxia’, falam outra língua. Já – políticos de perfil tradicional tem mais facilidade na identificação com a sociedade. E aí acabam levando vantagem.
CURTAS: Foram assim as participações de alguns intelectuais na política. O encantamento inicial deu lugar a frustração mesclada com antipatia pelo excesso de egocentrismo. Não conseguindo ser protagonistas e não se contentando com o papel de meros coadjuvantes saíram de cena e voltaram ao mundinho exclusivo deles. Aleluia!
‘ME ESQUEÇAM’: Essa frase do presidente Figueiredo aos repórteres, foi o desabafo na entrega do cargo. Ele desejava paz. Esse parece ser também o desejo de prefeitos em final de mandato. Querem voltar ao aconchego familiar, retomar a privacidade e seus negócios. O poder é atraente, mas o preço pode ser alto sob todos os aspectos.
UM CASO dentre tantos. José Artur deixou o cargo de prefeito de Bonito, mas não se livrou dos ônus. Por bom tempo teve que se defender de denúncias do MPE acusado de improbidade administrativa. Mas o desgaste pelo estresse acabou sendo tão cruel quanto a restrição de liberdade. Hoje, Zé está ‘vacinado’. Candidato? Nunca mais!
ALERTA: Por mais bem-intencionados e competentes que tem sido nos seus negócios particulares, os futuros prefeitos – estreantes no cargo – precisam se conscientizar de que administração pública é diferente, sob todos os aspectos. Há regras, representadas por leis utópicas – impraticáveis na iniciativa privada. É a tal burocracia cruel.
ROBERSON: Agradável o papo com o prefeito (PSDB) eleito de Ribas do Rio Pardo. Engenheiro, vive no universo da cidade e diz que precisará de ajuda para uma boa gestão. Articulado, já circula pela Assembleia Legislativa e Parque dos Poderes onde tem aliados. Sabe; o perfil de seu mandato terá que ser profissional, sob pena de…
PENSANDO BEM… É preciso ouvir as vozes das ruas sobre os últimos escândalos havidos em MS. A mídia sem amarras, vem prestando relevante papel ao abrir espaço para a opinião pública soltar o verbo. Esse sentimento de frustração da ‘parcela mortal’ da população desagua na indignação. Basta de pizzas!
MALUQUICES: Bolsonaro impôs o ex-colega de farda na presidência do PL local e para a suplência ao senado. Mas o Tenente Portela é neófito político sem prestígio. Se atravessar o nosso ‘Mercadão’ não será reconhecido Agora seu nome aflorou no episódio de 8 de janeiro. Isso pode até respingar na senadora Tereza Cristina. Um erro atrás do outro.
TUDO BEM! Nesta semana perguntei ao deputado João H. Catan (PL) sobre eventuais problemas de convivência com o ex-governador Reinaldo Azambuja, caso ele decida ingressar no seu partido. O parlamentar, de posição conhecida, disse não ver problemas, o que comprova, de que na política há mais identidade do que diferenças entre os políticos. Valem sim os interesses.
DANÇOU: O projeto político de Hélio Peluffo sob risco? Ele renunciou ao cargo de prefeito de Ponta Porã para assumir a Secretaria de Infraestrutura. Aí foi exonerado para assumir a direção do Codesul, de onde estranhamente meses após foi dispensado. Pelo que ouvi na Assembleia, o seu estilo não coaduna com o Governo. Ai… ai…ai…
‘WANTED-1’: O gás político de Zeca do PT está no fim. Ele não pode mais ir para o sacrifício. Hoje a preocupação do PT é achar um líder preparado para substituí-lo no futuro. Mas quem? O sonho de verão do PT seria atrair o ex-deputado Fabio Trad para ocupar espaço no partido. Mas sem projeto político, hoje Trad quer apenas advogar.
‘WANTED-2’: Também em nível federal o PT tem carência de nome de peso para substituir Lula. Seria Alckmin, Haddad ou o ministro Camilo Santana da Educação? Não há outros nomes na prateleira. É o preço que o partido paga pela política de concentrar o comando em poucos nomes ao longo de tantos anos. Zeca aqui, Lula lá.
MANCHETE: “Prefeitura vai gastar metade do orçamento com pessoal em 2015. ” A notícia do Correio do Estado mostra que na capital a despesa com pessoal é superior à receita com impostos. Continuará assim a dependência de repasses da União como na Educação e Saúde. Bem atual o ditado: ‘As coisas mudam para ficar como estão’.
RIEDEL: Jornalistas e políticos em conversas no saguão da Assembleia tentam defini-lo. Cada qual com sua opinião, todos sem convicção. Até aqui há apenas uma certeza inabalável e unânime: Riedel vai surpreendendo com postura que joga por terra os paradigmas da nossa política. Oposição é palavra riscada do dicionário político em MS?
PAULO DUARTE: Conhecedor da realidade na região fronteiriça, o deputado tem uma sugestão pertinente. Pede que o próximo concurso da Polícia Civil (400 vagas) seja regionalizado e com previsão de um adicional nos vencimentos para os policiais que atuarem nas cidades da fronteira. Uma matéria que deve sensibilizar o Parque dos Poderes.
NOTA 10: “ A crise de valores morais e espirituais é profunda. As famílias estão desaparecendo com as separações. O que deveria ser exceção passou a ser regra. Nas escolas alunos ameaçam, agridem professores. Pais apanham de filhos, são humilhados. Acabou o respeito pelos mais velhos. A corrupção atinge todas as camadas sociais. Quem já tem muito não se contenta e pratica atos de corrupção para ter ainda mais”. (Welson Gasparini – prefeito de Ribeirão Preto por 4 mandatos)
PILULAS DIGITAIS:
As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades. ( Millôr)
A vida não tem seguro de vida. (dr. Divago)
No ano que vem não teremos eleições, mas vai chover pesquisas.
A ‘Faria Lima’ gosta de pobre. Quem não gosta de pobre é o PT (Mario Sabino)
O que você faz da vida? Complico. (na internet)
Cientistas políticos analisam como positivo para a imagem de Lula o silencio de Janja sobre a cirurgia. ( Dr. Zuretta)
Veja Também
Senado e Câmara: o nível através do tempo, por Manoel Afonso
Sem mandato, os políticos desaparecem, por Manoel Afonso
O jeitinho brasileiro na política e no dia a dia, por Manoel Afonso
Simplicidade, conta muito na vida pública, por Manoel Afonso