Transitando entre MS e Portugal, cantora lança EP íntimo sobre experiências e sentimentos
Renata Sena apresenta canções regadas de emoções em show interativo no Parque das Nações Indígenas neste domingo (20)
"Um disco introspectivo, que parte de vivências minhas transitando entre países". É assim que a cantora Renata Sena descreve o EP "Entre Dois Mundos", que será performado em show especial neste domingo, 20 de novembro, na Concha Acústica do Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande. Natural de Portugal, a artista é sul-mato-grossense de coração desde 2014 e traz influências das raízes portuguesas com a cultura de Mato Grosso do Sul nas canções.
A cantora reuniu a cultura portuguesa com a brasileira e criou uma nova variante da Música Popular Brasileira (MPB). Com o passar dos anos e, após os quase dez anos de residência no estado, Renata incorporou as influências da música sul-mato-grossense nas canções. Atualmente, pretende valorizar a produção musical regional, especialmente com o trabalho conjunto com músicos locais e com a mistura da identidade sonora pantaneira. "Esse trabalho é essa miscigenação das duas culturas em uma coisa só", comenta.
Que o estilo musical de Renata é único e agrada diferentes culturas, isso não é segredo. Ao Diário Digital, conta que as inspirações por trás das canções vão desde sentimentos familiares a experiências em relacionamentos. "Nesse EP duas das músicas são em homenagem ao meu pai, que era meu melhor amigo. As músicas são Omar e Sofá Vermelho. Já a música Amor por mim é sobre um relacionamento conturbado, que gerou alguns traumas. Essa canção fala sobre o ressignificar da dor e a descoberta do amor próprio", descreve. O álbum também traz a faixa "Deus", uma homenagem às mulheres. "Ao sagrado feminino, a conexão de todas nós", conta.
Ainda, canta sobre o mar que liga Portugal ao Brasil e agradece às terras sul-mato-grossenses que tanto a acolheram. "Quando você escuta, identifica várias entonações em português, como a guitarra portuguesa, melancolia e até uma certa dramaticidade trazida no Fado, estilo musical típico português, e também da Bossa Nova, Samba, Chamamé. Então, é um trabalho que fala de todo o meu percurso de vida, nesse local marítimo, e passa por essa viagem da minha vinda ao Brasil", descreve.
Renata contou com auxílio de quatro artistas para produção do EP, dois deles os sul-mato-grossenses Alexander Cavalheri e Ton Alves. “Foi um trabalho pensado em cada mínimo detalhe, feito com muito cuidado e carinho, com auxílio de profissionais maravilhosos. As letras foram feitas todas por mim e as melodias pelo meu melhor amigo carioca Iuri Rodrigues. As guitarras portuguesas ficaram por conta do fadista, Paulo Valentim. Por fim, eu gravei no Megaphone Estudio, com o Alexander, que foi um grande parceiro, e com o Ton Alves, que também foi meu produtor e me ajudou a encontrar a identidade do meu EP", lembra.
Neste domingo, os amantes da música podem experimentar de perto a mega-produção sensorial e imersiva de Renata. O Show “Renata Sena – Entre Dois Mundos” conta com ambientações e efeitos sonoros que fazem da apresentação uma experiência sensorial única. Na companhia de banda composta por dois violonistas e um pianista, a artista irá interagir com o público contando um pouco sobre as histórias que inspiraram suas composições.
O show tem entrada gratuita, na Concha Acústica Helena Meirelles, no Parque das Nações Indígenas, às 19h. "Espero poder chegar a um público sensível, que entenda a linguagem do disco e se emocione, se identifique. Gostaria muito de atrair essas pessoas para ouvirem o que eu tenho a dizer, minhas canções e composições", convida.
Saiba mais - Unindo culturas, oceanos e histórias, Renata Sena - cantora e compositora luso-brasileira, nos emociona por meio da profundidade de sua arte. Ouvir Renata Sena é uma experiência sensorial única que transporta o público para o seu universo particular. O primeiro EP da artista, “Dois Mundos”, é um trabalho conceitual com uma ordem de acontecimentos e está disponível no Spotify.
Iniciando pela música “Ôh Mar”, em que a artista homenageia o falecido pai, transformando a dor da perda em gratidão. Seguida de “Sofá Vermelho”, uma música mais densa e minimalista tratando do mesmo tema, mas enfatizando que o laço que ela tem com o seu pai ultrapassa a vida terrena e continua a partir da sua própria existência.
A terceira música do EP, “Deusa” é um single mais alegre com um certo misticismo e aborda o sagrado feminino. "Amor Por Mim” é um samba triste, que fala sobre um relacionamento conturbado e abusivo vivido pela artista, nessa música ela fala sobre a descoberta do seu amor-próprio e sobre como ela aprendeu a se respeitar mais a partir desse processo.
O EP encerra com a música de mesmo nome, “Dois Mundos”, que mistura MPB com algumas influências do fado e da música sul-mato-grossense, através da forte marcação do chamamé caracterizada pelo seu compasso ternário, e pelo som da sanfona. Essa música é a que mais retrata a essência da artista, pois fala sobre suas duas origens tão presentes em quem ela é e sobre sua alma cigana e inquieta.
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